SOCIAIS DIVERSAS


1. Dizem que “a essência da educação é a experiência da grandeza”. Segundo Pascal, “sabemos muito pouco para sermos dogmático e muito para sermos cético”. Lamentável um tempo que despreza a filosofia, também asfixiando a estratégia em detrimento de táticas imediatistas, nunca políticas, todas oportunistas.
2. Quem só possuir visão “econômica” não poderá, de forma consistente, acreditar na dignidade do homem ou no status especial da arte e da ciência.
3. Os FDP conhecem-se bem. Sabem comunicar-se muitíssimo eficazmente uns com os outros. E têm sempre um bom motivo coletivo para os seus atos particulares e um excelente motivo particular para seus atos públicos.
4. De um discurso de paraninfo não muito distanciado do agora: “Hoje, todo dirigente universitário de bom tirocínio, não pode deixar de dizer presente diante das rápidas mutações que se estão verificando nos contextos nacional e mundial. Isto significa um questionamento sereno na Universidade, sobre o seu próprio diagnóstico e prognóstico, sobre suas próprias realizações, sobre seu ritmo de desenvolvimento, sobre seu nível de competição com as demais instituições”.
5. As comunidades brasileiras deveriam estar sempre atentas diante de um notável provérbio iídiche: “Para o verme num rabanete, o mundo inteiro é um rabanete”.
6. De parabéns os petistas baianos por deflagrarem, no Congresso Nacional, uma campanha pela volta do nome antigo do aeroporto internacional de Salvador: DOIS DE JULHO. Data da independência da Bahia. A substituição foi uma tremenda demagogia populista, posto que “nenhum homem individualmente substitui a saga de um povo”.
7. Plena razão tem Umberto Eco quando diz: “não há nenhuma verdadeira diferença entre os ‘skinheads’ e os neonazistas de hoje e os nazistas da geração anterior. Continua sendo a mesma forma de imbecilidade e de atração pelo mal, o mesmo ódio pelos outros e o mesmo desejo de destruição”.
8. A sociedade moderna foi edificada a partir do desenvolvimento do ego. Mas a sabedoria popular ensina que “quanto mais se verga o arco, mais longe voará a flecha, quebrando-se o arco se a curvatura for excessiva”. As promessas de vida fácil, com muito dinheiro estão multiplicando os otários compulsivos.
9. O mérito não deve ser menosprezado jamais numa vida acadêmica. Os salários devem ser compensadores, estimuladas as pósgraduações sem os phdeísmos, as bibliotecas centrais atualizadas e a atenção com o derredor comunitário redobrada. Sem os assistencialismos baratos nem os populismos cavilosos que apenas engabelam os abobados e os cientificamente abiotróficos.
10. A pior praga do setor público brasileiro é a da burocracia. Em toda burocracia, genialidade é aberração. O ideal de todo espírito burocratático é transformar todos em ninguém.
11. Saudades do professor Cláudio de Moura Castro: “O ensino superior brasileiro é confuso e variado. Há cursos bons e cursos péssimos. Os cursos bons são prejudicados por serem tratados de cambulhada com os péssimos. E os péssimos não podem ser consertados com o remédio dos bons. Pior, há cursos que poderiam ser bons se fossem tratados como precisam. Há imensa diversidade no ensino superior, daí a grande necessidade de um tratamento diferenciado, em vez de fingir que são todos iguais”.
12. A divulgação da conversa entre o então ministro Alfredo Nascimento e um interlocutor também salafrário negociando marmeladas grossas, ressaltou, além da bandidagem ministerial, o altíssimo grau analfabético do ministro, subsidiando uma ausência de compostura ética do tamanho de um bonde.
13. No Rio de Janeiro, o vice-governador chama-se Pezão, que assinou recentemente, na ausência do titular, um decreto que desapropriava uma casa de uma cunhada da sua mulher. E o carioca está perguntando qual a melhor rima para pezão…
14. Cresce o número de brasileiros que recebem bolsas graúdas do governo para estudar no exterior e resolvem ficar por lá. A agrônoma Lea Velho, Unicamp, classifica como “marginal” o número de bolsistas que não voltam ao país. Tem classificação mais perfeita que essa?
15. Quem avisa, amigo é: “O Brasil está numa situação delicada, porque não tem um projeto nacional, adota a ideia de produto (PIB) potencial em seu modelo de combate à inflação. Pensa na âncora cambial para segurar a inflação, por isso empurra os juros para cima, sacrifica a capacidade pública de investir e endivida as famílias. Uma posição absolutamente perigosa”. (Carlos Lessa, economista).
16. Se o Brasil instituísse o TPC – Troféu Cara de Pau, o primeiro ganhador seria o Luiz Antônio Pagot, ex-dirigente do DNIT. Pelo descarado cinismo exibido quando das suas “explicações” na Câmara e no Senado. Cinismo é uma das manifestações mais pusilânimes da covardia. DNIT – Departamento Nocauteado por Irrecuperáveis Trambiqueiros.

(Publicada em 15.07.2011, no Portal da Globo Nordeste, blog BATE & REBATE)
Fernando Antônio Gonçalves