REFLEXÃO SEMANAL:
BALIZAMENTOS PARA 2025
Neste final de dezembro de 2024, face a uma contemporaneidade belicosa, negativista, hedonista, fofoqueira, fantasiosa, fingida por derradeiro e nada solidária, gostaria de apresentar uma coletânea de balizamentos existenciais de um pensante docente de altíssimo nível, poeta, filósofo, excelente contados de histórias, ensaísta, teólogo e psicanalista. Seu nome é Rubem Alves (1933-2014), Professor Emérito da Universidade de Campinas e integrante da Academia Campinense de Letras, que proclamava sempre que seus livros eram pedaços dele escritos para um povo que necessita pensar mais, ser mais cidadão, ser mais solidário e comprometido com as lições emanadas do maior revolucionário de toda a humanidade, Jesus de Nazaré, nosso Irmão Libertador.
Os escritos de Rubem Alves me fizeram tornar um militante docente especializado em Planejamento Educacional, advindo de uma graduação em Economia, na Universidade Católica de Pernambuco, onde me formei, tendo, como Patrono, o economista Celso Furtado e, como Paraninfo, o educador Germano de Vasconcelos Coelho, ambos eternizados, embora sempre presentes em minha caminhada profissional de docente universitário e pesquisador social.
Reproduzo, abaixo, alguns balizamentos notáveis do Rubem Alves, extraídos dos seus livros principais, por mim lidos e relidos, que muito iluminaram minha caminhada cristã espiritista, como militante diário por um mundo mais digno e humano para todos, sem discriminação alguma, sempre fraterno, todas as crenças merecendo tratamentos igualitários e muito respeito. Ei-las:
a. A honestidade dos estúpidos é mil vezes mais perigosa que a mentira dos inteligentes. Porque acreditam na verdade dos seus pensamentos, tudo fazem para destruir aqueles que têm ideias diferentes.
b. Com que frequência o sono da inteligência dos alunos é apenas uma consequência da impotência amorosa do professor.
c. O futuro existe? Pode existir. Não sei como vai ser, mas pela fantasia ele se torna presente. E é justamente aí que surge a esperança.
d. Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma, continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia de nossa docência. O professor, assim, não morre jamais.
e. Eu quero sempre desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram. Desencaixotar emoções, recuperar sentidos.
f. Não é possível treinar educadores. Educadores não se fazem. Educadores nascem. Por oposição aos professores, seres do dever, os educadores são seres do amor.
g. Somos seres humanos, permanecemos humanos enquanto estiver acessa em nós a esperança da alegria. Desfeita a esperança da alegria, a vela se apaga, e a vida perde o sentido.
h. Vocação é diferente de profissão. Na vocação, a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão, o prazer não se encontra na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva.
i. Deus mora no mundo das coisas que não existem, o mundo da saudade, da nostalgia. Os deuses que moram no mundo das coisas que existem não são deuses. São ídolos.
j. Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só veem as belezas do mundo aqueles que têm beleza dentro de si.
k. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira.
l. Ciência é conhecimento do mundo. Sabedoria é conhecimento da vida.
m. A avareza tira a capacidade de ter compaixão. E com isso, a nossa condição de seres humanos.
n. Criança não é meio para se chegar ao adulto. Criança é fim, o lugar que todo adulto deve chegar.
o. Quem é possuído pela esperança fica grávido de futuros.
E com tais balizamentos arretados de muito ótimos, desejo à toda gente amada brasileira um um 2025 recheado de múltiplas esperanças empreendedoras pessoais, familiares e comunitárias. Que o Povo do Brasil amplie sua solidariedade, potencializando amanhã venturosos para todas as regiões nacionais, promovendo benefícios múltiplos para que todos tenham vida plena e vida abundante.
PS. Estamos entrando de FD – Férias Descansativas. Um Natal arretado de ótimo para todos e um 2025 repleto de bênçãos de uma Criança Revolucionária que muito adoramos. Voltaremos no dia 5 de janeiro, sob as Graças do Altíssimo.
Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social