RECOMENDAÇÕES OPORTUNAS


1. Um livro recebido de um primo muito querido, o José Antônio, filho segundo de Lurdinha e João, me despertou lembranças de Luiz Carlos Araújo, seu autor, um danado de bom dos tempos helderianos, de gestão episcopal insuperável, com todo respeito que mantenho por Dom Fernando Saburido, um arcebispo quilômetros para cima distanciado do seu antecessor. Episcopalmente, Dom Saburido pode ser classificado com uma autoridade religiosa mens sana in corpore sano. O texto do Luiz Carlos, conhecimento meu de poucas ocasiões, recheadas todas de muita admiração pelo seu arguto pensar, foi lançado após sua eternização em 19 de março passado, na Academia Pernambucana de Letras. Intitulado A Heresia Primordial – Uma Releitura da Origem do Cristianismo, foi prefaciado por Zildo Rocha, seu companheiro de Fazenda Estadual, ambos tendo estudado na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

2. Para despertar interesses e sonhos nos jovens do Ensino Médio, sugeriria a aquisição para as bibliotecas de um livro recentemente lançado pela Gutenberg Editora, Minas Gerais, denominado Ideias Genias – os principais teoremas, teorias, leis e princípios científicos de todos os tempos. Seu autor, Surendra Verma, é autor de textos de divulgação científica. No livro, o estudante é despertado para questões que fundamentam a Ciência contemporânea, trazendo personalidades consagradas e conhecidas, como Darqwin e Einstein, Pitágoras e Galileu, Newton e Stephen Hawkings. Sem complicações, a leitura seduz, despertando o estudante para temas complementares mais fecundantes. Excelente manual para professores de Iniciação às Ciências.

3. Recentemente, a filósofa Olgária Matos, titular da Universidade Federal de São Paulo, Prêmio Jabuti 1990, deu uma entrevista que alcançou imensa recepctividade nos meios sociais. Alguns pontos cutucadores: “A consequência do fim do valor existencial e filosófico da cultura resulta no empobrecimento intelectual e afetivo, no encolhimento das ‘experiências do pensamento’, a educação contemporânea produz uma atividade do pensamento próxima de zero”; “A universidade atual, como a educação de um modo geral, baseia-se na ideia de que aprender é divertido e deve se parecer com o entretenimento. Ela é anti-cultural e anti-humanista, produz uma cultura da incuriosidade, imune ao maravilhamento”; “Não existe educação de elite ou educação popular, quando se trata da educação formal, ou ela é educação ou não é nada”.

4. Todo universitário que se preze deveria memorizar uma reflexão de Fernando Pessoa, efetivada através de Alberto Caieiro. Que bem poderia servir de útil binoculização de caminhares pessoais e profissionais. Ei-la: “O meu olhar é tido como um girassol / Tenho o costume de andar pelas estradas / Olhando para a direita e para a esquerda, / E de vez em quando olhando para trás … / E o que vejo a cada momento / É aquilo que nunca antes eu tinha visto, / E eu sei dar por isso muito bem … / Sei ter o pasmo essencial / Que tem uma criança se, ao nascer, / Reparasse que nascera deveras … / Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do mundo …”

5. Uma amiga querida, a Thoyama Nóbrega, me enviou o texto Ser Chique Sempre, da jornalista Glória Kalil. Linhas que deveriam ser lidas e relidas nas rodas sociais de todo o Brasil. Ei-lo na íntegra: “Nunca o termo “chique” foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje. A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro Italiano. O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida. Chique mesmo é ser discreto, quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras. Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio. Chique é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuaçõe inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta, é evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua. É dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador, é lembrar-se do aniversário dos amigos, é não se exceder jamais! Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. Chique é olhar nos olhos do seu interlocutor. É “desligar o radar”, “o telefone”, quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia. Chique é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite! Chique do chique é não se iludir com “trocentas” plásticas do físico… quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo…falsidade. Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta. Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour! Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus! Investir em conhecimento pode nos tornar sábios… mas, Amor e Fé nos tornam humanos!”

(Publicada em 17/10/2011, no Portal da Revista ALGOMAIS, Recife – PE)
Fernando Antônio Gonçalves