PRESENTÃO VALIOSO


Numa confraternização natalina de fundajeanos inseparáveis, recordações da FUNDAJ nunca esmaecidas, recebo da Julita Cortez, amiga secreta e amiga de mesmo de muitos natais, um livro de um médico escritor indiano pra lá de muito arretado, que sempre enfatizou, em seus textos propedêuticos, a troca das cargas de ansiedade e medo, por uma energia libertária de paz, harmonia e poder, na busca de uma conexão cada vez mais consistente mente/corpo, objetivando uma vida melhor e mais longeva: Corpo sem idade, mente sem fronteiras: a alternativa quântica para o envelhecimento, de Deepak Chopra, editora Rocco. Um livro que é encerrado com uma lição inesquecível: “Use o amor como espelho de sua intemporalidade; permita que ele alimente a convicção de que você transcende à mudança, assim também como à lembrança de ontem e ao sonho de amanhã. Há um número infinito de maneiras para descobrir o seu verdadeiro ser, mas a luz mais brilhante é a do amor. Seguindo-a, você será levado para além dos limites da velhice e da morte. Saia do círculo do tempo e descubra-se no círculo do amor”.

O livro é composto de cinco partes – A terra onde ninguém é velho, Envelhecimento e consciência, Derrotando a entropia, A ciência da longevidade, e A questão da mortalidade. Na primeira parte, Choopra faz dez suposições que se ajustam perfeitamente a uma antiga reflexão anônima (As pessoas não ficam velhas. Quando param de crescer é que envelhecem). Ei-las: 1. Não há mundo objetivo independente do observador; 2. Nossos corpos são compostos de energia e informação; 3. Mente e corpo são inseparáveis; 4. A bioquímica do corpo é um produto da consciência; 5. A percepção é um fenômeno aprendido; 6. Impulsos de inteligência criam constantemente o corpo em novas formas a cada segundo; 7. A despeito de parecermos indivíduos distintos, nós todos somos ligados aos padrões de inteligência que governam o cosmo; 8. O tempo não é absoluto. A realidade subjacente a todas as coisas é eterna, e o que chamamos de tempo é, na verdade, a eternidade quantificada; 9. Todo mundo habita uma realidade de não-mudança que jaz além de todas as mudanças. A experiência desta realidade submete as mudanças ao nosso controle; 10. Não somos vítimas do envelhecimento, doença e morte. Essas coisas são parte do cenário, não daquele que vê, que é imune a qualquer forma de mudança.

No capítulo “Aprendendo a não envelhecer”, Chopra considera três modos de avaliar a idade de alguém: a idade cronológica (anos possuídos segundo o calendário), a idade biológica (idade do corpo em termos de sinais críticos da vida e processos celulares) e a idade psicológica (a idade sentida pela pessoa). Das três, apenas a primeira é fixa, embora seja a menos confiável das três. E ele revela ainda os fatores negativos e positivos que aceleram ou retardam o envelhecimento. Os que aceleram: depressão, incapacidade de expressar emoções, sentir-se incapaz para modificar-se e modificar os outros, viver sozinho. Solidão, ausência de amigos íntimos, ausência de uma rotina diária regular, ausência de trabalho regular, insatisfação com o trabalho, trabalhar mais de 40 horas por semana, dificuldades financeiras e dívidas, preocupações habituais ou excessivas, arrependimento por sacrifícios feitos no passado, irritabilidades frequentes ou incapacidade de expressar raiva, críticas demasiadas a si e aos outros.

As que retardam o envelhecimento: casamento feliz, satisfação no trabalho, sensação de felicidade pessoal, capacidade de rir com facilidade, vida sexual satisfatória, capacidade de fazer e manter amigos íntimos, rotina diária regular, tirar férias regularmente pelo menos uma semana por ano, sentir-se capaz de controlar a própria vida pessoal, ter tempo de lazer, capacidade de exprimir sentimentos, visão otimista do futuro, sentir-se financeiramente seguro, viver de acordo com as suas disponibilidades.

No seu livro notável, Deepak Chopra oferece as dez chaves para uma vida mais ativa, menos vitimísticas, dolorísticas e coitadísticas: 1. Ouvir a sabedoria do corpo, que reflete sinais de conforto e desconforto; 2. Viver sempre o presente, buscando a plenitude de cada momento, jamais lutando contra o infinito esquema das coisas; 3. Reserve uma bons momentos para ficar em silêncio, meditar, dialogar com o seu interior, ampliando suas intuições; 4. Rejeite as necessidades de aprovação externa, não importando o que os outros pensam, sempre buscando um valor infinito em si próprio; 5. Descobrindo-se reagindo raivosamente, perceba-se sempre lutando contra si próprio, posto que, renunciando à raiva estará se curando e cooperando com o fluxo do universo; 6. Saiba sempre que o mundo “lá fora” reflete a sua realidade “aqui dentro”, usando permanentemente espelho dos seus relacionamentos para guiar sua evolução; 7. Livre-se do fardo do julgamento, entendendo que tudo pode ser compreendido e perdoado; 8. Jamais contaminar seu corpo com toxinas, posto que ele é o veículo que o transportará em sua jornada evolucional; 9. Substitua comportamento motivado pelo medo por comportamento motivado por amor, entendendo que medo é produto da memória que reside no passado; e 10. Compreenda que o mundo físico é apenas um espelho de uma inteligência mais profunda.

Um livro para se ler refletindo e rabiscando várias vezes e sem pressa, com ampla serenidade analítica, sempre recordando a lição de Herman Hesse, em seu notável Siddharta: “Dentro de você há uma quietude e um santuário para onde você pode recolher-se a qualquer momento e ser você mesmo”.

PS1. Para Lete, com o desejo de muitos natais ao seu lado.
PS2. Para meus amigos e parentes amados, independente de classe social, religião, escolaridade e renda, partido político, identificação sexual, raça, crença e região, um afetuoso abraço natalino, sempre sob as bênçãos daquele Menino Muito Arretado de Ótimo, que revolucionou a Humanidade em busca de muita Paz e Fraternidade, sem discriminação de espécie alguma.

(Publicado em 07.12.2015, no site do Jornal da Besta Fubana – www.luizberto.com/sempreamatutar)
Fernando Antônio Gonçalves