INSTRUÇÕES SEMPRE OPORTUNAS
Uma excelente notícia me chegou de Brasília, ultimamente tomada de mil e uma patifarias políticas, advindas de todos os setores, enxovalhando o conceito de uma urbe traçada sob a genialidade de Oscar Niemeyer e sua equipe talentosa. A FEB – Federação Espírita Brasileira, lá sediada, vai apresentar, em 2018, um arrojado programa editorial, incluindo a reedição, com novas feições gráficas e impecável tradução, dos doze volumes da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, publicada mensalmente sob a direção de Allan Kardec, de 1858 a 1969, uma leitura imperdível para os estudiosos da Doutrina Espírita, posto que o próprio Codificador já anunciava, no capítulo 3º. De O Livro dos Médiuns, que se tratava de obra indispensável para os estudos da matéria, aconselhando a seguinte ordem para um aprimoramento continuado: 1º. O que é o Espiritismo, exposição sumária dos princípios da doutrina, “uma visão geral que permite ao leitor abranger o conjunto dentro de um quadro restrito”; 2º. O Livro dos Espíritos, “contendo a doutrina completa tal como a ditaram os próprios Espíritos, com toda a sua filosofia e todas as suas consequências morais”; 3º. O Livro dos Médiuns, destinado “a guiar os que queiram entregar-se à prática das manifestações”; 4º. Revista Espírita, “variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que completam o que se encontra nas duas obras precedentes.” Sempre ressaltando Kardec que “sob esse aspecto, não preconizamos, nem criticamos obra alguma, pois não queremos influenciar, de nenhum modo, a opinião que dela se possa formar. Trazendo nossa pedra ao edifício, colocamo-nos nas fileiras. Não nos cabe ser juiz e parte e não alimentamos a ridícula pretensão de ser o único distribuidor da lua. Compete ao leitor separar o bom do mau, o verdadeiro do falso.”
Antecipando-se à esperada reedição da Revista Espírita, sugerimos aos que estão ensejando os primeiros passos de uma profícua nova caminhada espiritual, dois livros bastante elucidativos, além de bem estruturados didaticamente, ambos relacionados a trechos contidos nos doze volumes da Revista, mensalmente editadas de 1858 a 1869. O primeiro é de autoria de um economista PhD, paulista, ex-administrador do Banespa, Geziel Andrade. Editado pela Editora EME e destinado aos que desejam satisfazer a curiosidade sobre inúmeros aspectos da vida de Allan Kardec e a Doutrina Espírita, O Homem que Conversou com os Espíritos, traz um método de pesquisa comprovadamente eficaz. Através de uma muito ampla pesquisa bibliográfica e um esmiuçar cuidadoso de toda a coleção da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, coordenada doze anos pelo Kardec até a sua desencarnação, Geziel Andrade, descansativamente, percorre toda a cronologia da elaboração da doutrina, considerada a terceira revelação prometida por Jesus. Através do seu texto, o leitor não-especializado comprova “fatos e acontecimentos que marcaram a vida desse homem sábio, corajoso, trabalhador, dotado de enorme bom-senso e de extraordinário espírito benevolente e empreendedor.” E também toma ciência dos princípios da Doutrina Espírita, com as renovações que elas trouxeram para a Humanidade, favorecendo uma transformação moral de um planeta que está a necessitar ser amplamente renovado na direção de um lugar mais próximo da Criação. Os 101 capítulos do livro são sintéticos, cada um deles trazendo ao seu final uma bibliografia orientadora enxuta, própria para os iniciados. Como Apêndice, o autor faz uma cronologia dos fatos que marcaram a vida do Professor Denizard Hippolyte León Rivail, desde seu nascimento na França, em 3 de outubro de 1804, até 1854, no seu encontro casual com o senhor Fortier, que lhe deu conhecimento acerca do fenômeno das cadeiras girantes, atribuída às propriedades do magnetismo. A partir daí, os capítulos do livro explicitam uma trajetória que alterou as crenças de milhões em todo a área terrestre. Os de espírito aberto acertadamente ampliarão suas enxergâncias através do livro do Geziel Andrade, um economista PhD que se encontra muitos furos acima dos apenas cálculos matemáticos e do economês macroeconômico.
O segundo livro é oportunamente significativo para a conjuntura atual do Movimento Espírita Brasileiro. Trata-se de Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita, FEB, Brasília, 2014, 253p., organizado por Evandro Noleto Bezerra, que ressalta a principal razão do trabalho editado: “nem todos os espiritas já tiveram a oportunidade de compulsar as páginas da Revista Espírita – o jornal de estudos psicológicos de Allan Kardec – publicada sob a responsabilidade direta do Codificador no período de janeiro de 1858 a abril de 1869.” Que explicita objetivamente: “Além das matérias de cunho doutrinário e daquelas relacionadas com a fenomenologia mediúnica, os 12 volumes da Revista Espírita constituem riquíssimo acervo em instruções e esclarecimentos de grande valia, da lavra do próprio Codificador, especialmente dirigidos aos espíritas e ao Movimento Espírita. São orientações judiciosas, que primam pela urbanidade, pela clareza e pela correção de estilo, muitas delas visando à formação de grupos e de sociedades espíritas, que, então se multiplicabam na França e em outros países. Dir-se-ia que foram escritas hoje, tamanha é a sua atualidade e oportunidade.” Muito esclarecedor é o capítulo XII – Falsos irmãos e amigos inábeis -, que recomendamos com entusiasmo. O livro inclui uma síntese da biografia de Allan Kardec, de autoria de Henri Sausse, satisfazendo o interesse de muitos pela trajetória existencial do responsável pela explicitação da Terceira Revelação.
Leituras que ampliam substancialmente as enxergâncias dos que acreditam na imortalidade do espírito através de suas várias e sempre aperfeiçoadas reencarnações.
PS. No próximo dia 1° de outubro, no Shopping Plaza, no Recife, às 10 horas da manhã, lançamento do filme A Menina Índigo, sobre Sofia, uma menina pra lá de diferente, QI altíssimo! Vale a pena assistir!!
(Publicado em 25.09.2017 no site do Jornal da Besta Fubana (www.luizberto.com) e em nosso site www.fernandogoncalves.pro.br.)
Fernando Antônio Gonçalves