HOLOCAUSTO, UM ESTUDO SEMINAL


Ultimamente, um dos assuntos mais pesquisados na área planetária das Ciências Humanas, capaz de preencher salas e mais salas de uma biblioteca, é o que está relacionado com o Holocausto. E um aplaudido analista sobre o mais estúpido assassinato coletivo da história da humanidade, Raul Hilberg (1926-2007), lançou, em inglês e em 2003, pela Universidade de Yale, um estudo seminal, recentemente lançado em língua portuguesa, no Brasil: A destruição dos judeus europeus, São Paulo, editora Amarilys, 2016, 2v., 1658 p. Uma leitura obrigatória para todos aqueles que militam na cidadanização de um mundo mais digno e humano para todos, sem discriminação de qualquer espécie.

A notável pensadora Hannah Arendt, em carta escrita a Karl Jaspers, já definia a grandeza do maior livro de referência sobre a Shoá (Holocausto), agora tornado edição brasileira: “Ninguém será capaz de escrever sobre o assunto sem recorrer a ele (o autor). Numa pesquisa exaustiva de muitas décadas, é um livro “que é um verdadeiro farol, um quebra-mar de história ancorado a seu tempo e a um aspecto além do tempo, imortal, inesquecível, e ao qual nada na produção histórica comum pode ser comparado”. E mais escreveu: “não é apenas uma crônica de horrores. É um estudo cuidadoso, analítico e tridimensional de uma experiência sociopolítica única na história, uma experiência em que ninguém podia acreditar e cujo significado ainda nos atordoa”.

O livro de Hilberg traz depoimentos que promovem o destrinchar minucioso da logística e da implementação da Solução Final ordenada pelo III Reich, um processo de destruição em massa de um povo, o hebreu, no continente europeu, em nome de uma ideologia, a da raça ariana, cultivada em tempos pré-hitleristas, bem antes do nascimento do assassino Adolf Hitler.

Segundo informações colhidas num site especializado, Hilberg era tido como solitário, buscando passatempos na geografia e na música. Embora seus pais participassem de atividades sinagogais, ele, pessoalmente, encontrava irracionalidades na religião dos pais, que provocava alergias nele. He did however attend a Zionist school in Vienna, which inculcated the necessity of defending against, rather than surrendering to, the rising menace of Nazism. [4] Following the March 1938 Anschluss , the family were evicted at gunpoint from their home and his father was arrested by the Nazis, but was released because of his service record as a combatant in World War I . One year later, on April 1, 1939, at age 13, Hilberg fled Austria with his family;Após a Anschluss de 1938, a sua família foi despejada de casa e seu pai preso pelos nazistas, sendo liberado por causa de seu registro de serviço como combatente na Primeira Guerra Mundial. Um ano depois, em abril de 1939, aos 13 anos, Hilberg fugiu para a Áustria com a sua família, alcançando posteriormente a after reaching France, they embarked on a ship bound for Cuba . França, todos embarcando em um navio com destino a Cuba. Após quatro meses, Hilberg e seus familiares chegaram Following a four-month stay in Cuba, his family arrived in the United States on September 1, 1939, the day the Second World War broke out in Europe. [5] During the ensuing war in Europe, Hilberg’s family was to lose 26 members in the Holocaust . aos [6]Estados Unidos em 1º de setembro de 1939, quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu na Europa.
The Hilbergs settled in Brooklyn, New York , where Raul attended Abraham Lincoln High School and Brooklyn College .
Os Hilbergs estabeleceram-se em Nova York, onde Raul frequentou o Abraham Lincoln High School e o Brooklyn College . He intended to make a career in chemistry , but found that it did not suit him, and left his studies to work in a factory. Desistindo de ser químico, por descobrir-se não vocacionado, ele abandonou os estudos. Indo trabalhar numa fábrica, sendo posteriormente convocado para o serviço militar.

Tendo As early as 1942, Hilberg, after reading scattered reports of the Nazi genocide, went so far as to ring Stephen Wise and ask him what he planned to do with regard to ‘the complete annihilation of European Jewry’.Hilberg served first in the 45th Infantry Division (United States) in World War II , but, given his native fluency and academic interests, was soon attached to the War Documentation Department , charged with examining archives throughout Europe.servido na 45ª Divisão de Infantaria (Estados Unidos) na II Guerra Mundial , dada a sua fluência nativa e interesses acadêmicos, Hilberg logo foi ligado ao Departamento de Documentação de Guerra, encarregado de analisar arquivos em toda a Europa. It was his discovery of part of Hitler’s crated private library in Munich , which he stumbled across while quartered in the Braunes Haus , that prompted his research into the Holocaust , a term for the genocidal destruction of the Jews which Hilberg personally disliked, [7] though in later years he himself used it. [8] Foi sua a descoberta de parte da biblioteca de Hitler encaixotada em Munique , que o tornou interessado na investigação sobre o Holocausto, um termo usado para identificar a destruição genocida dos judeus na Europa.
After returning to civilian life, Hilberg chose to study political science , earning his BA at Brooklyn College in 1948. He was deeply impressed by the importance of elites and bureaucracies while attending Hans Rosenberg ‘s lectures on the Prussian civil service .
Retornando à vida civil, Hilberg escolheu estudar Ciência Política, graduando-se no Brooklyn College, em 1948. Em um determinado ponto no curso, Hilberg foi tomado de surpresa por uma observação de um professor seu: “The most wicked atrocities perpetrated on a civilian population in modern times occurred during the Napoleonic occupation of Spain.” “As atrocidades perpetradas mais perversas sobre uma população civil nos tempos modernos ocorreu durante a ocupação napoleônica da Espanha.” Interrompendo a fala do professor, The young Hilberg interrupted the lecture to ask why the recent murder of 6 million Jews did not figure in Rosenberg’s assessment.Hilberg indagou por que o recente assassinato de 6 milhões de judeus não figurava na avaliação do docente. Rosenberg replied that it was a complicated matter, but that the lectures only dealt with history down to 1930, adding, “History doesn’t reach down into the present age.”O professor Rosenberg respondeu que era um assunto complicado, mas que as palestras só lidavam com a história até 1930. Hilberg was amazed by this highly educated, German-Jewish emigrant passing over the genocide of European Jews in order to expound on Napoleon and the occupation of Spain .Hilberg ficou impressionado com o desconhecimento docente, servindo o episódio para fortalecer seu interesse pelo assunto. Que se ampliou bastante quando, em 1951, ele obteve uma nomeação para trabalhar no Projeto de Documentação de Guerra.

Ouvindo uma exposição de Salo Baron, Hilberg was undecided under whom he should carry out his doctoral research.a principal autoridade sobre historiografia judaica à época, dele recebeu uma indagação: estaria ele interessado em trabalhar, sob orientação, nos estudos de aniquilação da população judaica da Europa? Agradecendo o convite, Hilberg Hilberg decided to write the greater part of his Ph.D.decidiu escrever a maior parte de seu Ph.D. under the supervision of Franz Neumann , the author of an influential wartime analysis of the German totalitarian state . [11] Neumann was initially reluctant to take Hilberg on as his doctoral student. sob a supervisão de Franz Neumann, autor de uma análise do tempo de guerra do estado totalitário alemão. Neumann foi inicialmente relutante em tomar Hilberg como aluno de doutoramento. He had already read Hilberg’s master’s thesis, and found, as both a deeply patriotic German and a Jew, that certain themes sketched there were unbearably painful.
Hilberg was appointed to the President’s Commission on the Holocaust by Jimmy Carter in 1979. He later served for many years on its successor, the United States Holocaust Memorial Council, which is the governing body for the United States Holocaust Memorial Museum . [15] Following his death, the Museum established the Raul Hilberg Fellowship, intended to support the development of new generations of Holocaust scholars. [16] For his seminal and profound services to the historiography of the Holocaust, he was honored with Germany’s Order of Merit , the highest recognition that can be paid to a non-German. [13] In 2002, he was awarded the Geschwister-Scholl-Preis for Die Quellen des Holocaust (Sources of the Holocaust).
Em 1979, Hilberg foi nomeado para a Comissão Presidencial sobre o Holocausto por Jimmy Carter. Mais tarde, ele serviu por muitos anos como consultor do Conselho Memorial do Holocausto dos Estados Unidos. Após sua eternização, o Museu estabeleceu o Raul Hilberg Fellowship, destinado a apoiar o desenvolvimento de novas gerações de estudiosos do Holocausto. His final doctoral supervisor, Professor Fox, worried that the original study was far too long.His PhD dissertation was awarded the prestigious Clark F. Ansley prize, which entitled it to be published by Columbia University Press in a print run of 850 copies. [26] However, Hilberg was firm in desiring that the whole work be published, not just the doctoral version.Sua tese de doutorado foi premiada com o prestigioso prêmio Clark F. Ansley, publicada pela Columbia University Press, numa tiragem reduzida.
The Destruction of the European Jews provided, in Hannah Arendt ‘s words, “the first clear description of (the) incredibly complicated machinery of destruction” set up under Nazism. [36] For Hilberg there was deep irony in the judgment since Arendt, asked to give an opinion of his manuscript in 1959, had advised against publication, [4] arguing that it dealt with things one no longer spoken about.
A Destruição dos Judeus Europeus descreve com uma lucidez argutamente exaustiva os mecanismos políticos, jurídicos, administrativos e organizacionais em que o Holocausto foi perpetrado, como ele foi visto através dos olhos alemães, muitas vezes pelos funcionários anônimos cuja dedicação incondicional às suas funções foi fundamental para a eficácia do projeto industrial do genocídio. To that end, Hilberg refrained from laying emphasis on the suffering of Jews, the victims, or their lives in the concentration camps. Hilberg absteve-se, no entanto, de enfatizar o sofrimento dos judeus, as vítimas ou suas vidas nos campos de concentração. The Nazi program entailed the destruction of all peoples whose existence was deemed incompatible with the world-historical destiny of a pure master race – and to accomplish this project, they had to develop techniques, muster resources, make bureaucratic decisions, organize fields and camps of extermination and recruit cadres capable of executing the Final Solution . Hilberg’s empirical, descriptive approach to the Holocaust, though it exercised a not fully acknowledged but pervasive influence on the far better-known work of Hannah Arendt , Eichmann in Jerusalem , [40] in turn aroused considerable controversy, not least because of its details concerning the cooperation of Jewish councils in the actual procedures of evacuation to the camps.

Um livro que não é apenas uma crônica das atrocidades nazistas, mas “um estudo cuidadoso, analítico e tridimensional de uma experiência sociopolítica única na história.” Muito embora as primeiras iniciativas antijudaicas tivessem principiado, em Roma, no século IV d.C.What is most contentious about Hilberg’s work, the controversial implications of which influenced the decision by Israeli authorities to deny him access to the Yad Vashem ‘s archives, [7] was his assessment that elements of Jewish society, such as the Judenräte (Jewish Councils), were complicit in the genocide. [46] [47] and that this was partly rooted in long-standing attitudes of European Jews, rather than attempts at survival or exploitation.

(Publicado em 17.04.2017 no site do Jornal da Besta Fubana e no site www.fernandogoncalves.pro.br)
Fernando Antônio Gonçalves