EDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO


O entusiasmo aconteceu numa universidade pernambucana, presente o grandão da instituição, um entusiasta dos futuros da educação através de uma sólida integração entre os sistemas educacionais e as áreas comunicacionais diversas. Alguns dados foram ressaltados: 1. A internet passou a ser tão necessária para estudantes e profissionais quanto água, comida e moradia, segundo uma pesquisa da empresa de tecnologia Cisco, realizada com jovens de até 30 anos em 14 países; 2. No Brasil, três em cada cinco estudantes e jovens profissionais ratificaram os dados acima. Eles ainda disseram que, entre um carro e a internet, preferem acesso à rede; 3. Dos universitários brasileiros, 72% afirmaram que preferem navegar na internet a namorar, ouvir música e sair com os amigos. Essa mesma ênfase percentual se repetiu entre universitários de países como China (59%), Espanha (54%) e Índia (54%); 4. No campo profissional, 75% da chamada geração Y brasileira afirmou não viver sem a internet. “Para essa geração, mais importante que o contato físico é estar conectado o tempo todo nas redes sociais”, diz o presidente da Cisco, Rodrigo Abreu; 5. Está ocorrendo uma substituição de atividades tradicionais por uma maior conectividade; 6. Segundo especialistas, a Internet tornou-se um elemento essencial da vida profissional de cada um e as empresas que estiverem mais atentas a tais mudanças terão mais sucesso em reter talentos. Ou favorecerão emersão de talentos, universitários ou não.

Nas comemorações familiares do Dia da Criança, imaginando quais seriam as traquinagens da Larinha, a mais recém-chegada das netas, o assunto principal foi motivo de amplas discussões e muita risadaria, posto que o grupo amolecadamente se dividiu: os que acreditavam no sucesso via conhecimento e os que punham fé nos louros da vitória via a utilização sistemática das partes situadas logo abaixo da espinha dorsal.

Apesar das “distâncias” entre os dois pólos de discussão, todos estavam de pleno acordo com William James, o notável educador norte-americano: “A maior descoberta da minha geração é que os seres humanos, alterando suas atitudes mentais, podem alterar a própria vida”.

Depois de quase duas garrafas de bom escocês e quase dois litros de laranjada para os desbeberrões, incluso eu, foi estabelecido como requisito básico uma reflexão de Galileu Galilei, um que se encontrava muito adiante dos ababacados religiosos da sua época: “Não se pode ensinar nada a um homem; só é possível ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si”. E foram identificadas as manifestações preponderantes numa mentalidade jumentálica, que não percebe, por absoluta ausência de conteúdo cultural, que a defesa da atividade política é a viga mestra para se manter abertas as comportas de uma oxigenação participativa, sem a qual descambaremos para totalitarismos de múltiplas facetas, de ação corrupta e corruptora, sem possibilitar qualquer crítica ou contestação.

No final da reunião brincante-pensante, todos perceberam que sentir-se sempre inconcluso já é um admirável começo, numa conjuntura brasileira encruzilhadamente desafiadora. Um tempo de alavancagem soberana ou de perpetuação como nação subalterna, sucata de um mundo cada vez mais evolucionário.
(Publicado no Jornal do Commercio, Recife, Pernambuco, 11.01.2012)
Fernando Antônio Gonçalves