DO SER, DO DESTINO E DA DOR


Desde as épocas mais remotas, o ser humano se depara com três questionamentos basilares que muito persistentemente sempre o incomodaram: Quem somos? De onde viemos? e Para onde vamos? Questões que desafiam a mente humana desde os primórdios da humanidade, quando o homem principiou a agir mais curiosamente, dotado de mecanismos pensantes, ainda que inicialmente simiescamente ingênuos.

No mundo científico pós-moderno, por exemplo, teorias emergentes sugerem que a morte não é o evento terminal que pensamos. Em tempos recentes, cientistas idôneos tatearam as primeiras evidências da existência de universos paralelos. Descobertas que estão conduzindo ao desenvolvimento de uma área denominada “Biocentrismo”. Um dos seus estudiosos mais proeminentes chama-se Robert Lanza, PhD, autor do livro O Biocentrismo, que cascavilha ontens inimagináveis até recentes ontens.

Segundo Lanza, já com alguns companheiros também cientistas buscando desvendamentos pioneiros, vida e consciência são as chaves para entender a verdadeira natureza do Universo, posto que refletem inúmeras razões pelas quais o morrer deve ficar restrito apenas ao esfriamento da parte material. No pensar dele, a morte não é o fim, como muitos de nós pensamos. “Acreditamos que vamos morrer porque é o que nos foi ensinado desde criança”, diz Lanza em seu livro. E ele exterioriza uma curiosidade gigantesca: Será que continuamos a viver em universos paralelos?

Há muitas experiências científicas que questionam com seriedade científica o termo morte, tal como a entendemos. De acordo com a física quântica, certas observações não podem ser previstas com certeza. Em vez disso, há uma gama de possíveis observações, cada uma delas com uma probabilidade diferente.

A interpretação “de muitos mundos” afirma que cada uma dessas observações possíveis corresponde a um universo diferente, o que é geralmente chamado de “multiverso”. Robert Lanza explicitou essas teorias de modos os mais interessantes. Ele acredita que “há um número infinito de universos”, e tudo o que poderia acontecer ocorre em algum universo. Daí porque a energia que existe em cada um de nós nunca morre.

A morte não existe em qualquer sentido real nesses cenários infinitos. Todos os universos possíveis existem simultaneamente, independentemente do que acontece em qualquer um deles. Embora corpos individuais estejam destinados a auto-destruição, o sentimento vivo – o “Quem sou eu?” – é apenas uma fonte de 20 watts de energia operando no cérebro. Mas esta energia não desaparece com a morte. Um dos mais seguros axiomas da ciência é o de que tal energia nunca morre, nem pode ser destruída. E ela pode transcender de um mundo para outro.

Em relação à consciência, experimentos confirmam que ela se encontra integrada no tecido da realidade, só fazendo sentido a partir de uma perspectiva biocêntrica. Se há realmente um mundo lá fora, com partículas saltando ao redor, então devemos ser capazes de medir todas as suas propriedades. Mas nós não podemos. Considere a experiência da dupla fenda: se uma partícula subatômica ou um pouco de luz passa através das fendas em uma barreira, ela se comporta como uma partícula e cria batidas de aspecto sólido por trás das fendas individuais sobre a barreira final que mede os impactos.Como uma pequena bala, que logicamente passa através de um ou de outro furo. Mas se os cientistas não observam a trajetória da partícula, então ela exibe o comportamento de ondas que permitem que ela passe através de ambos os furos, ao mesmo tempo. Por que a nossa observação pode mudar o que acontece? Resposta de Lanza: “Porque a realidade é um processo que requer a nossa consciência .”

Nós não existiríamos sem a consciência. Uma das razões para Robert Lanza achar que nós não vamos morrer é porque nós não somos um objeto. Somos seres especiais. De acordo com o biocentrismo, nada poderia existir sem consciência. Lembremo-nos que não podemos ver através do osso que circunda o cérebro. O espaço e o tempo não são objetos duros, mas são as ferramentas que nossa mente usa para tecer tudo junto. Tudo o que nós experimentamos é um turbilhão de informações que ocorre em nossa mente. O espaço e o tempo são simplesmente as ferramentas para colocar tudo junto.

O Dr. Lanza ressalta ainda que a morte não existe em um mundo sem espaço atemporal. Não há distinção entre passado, presente e futuro. É apenas uma ilusão teimosamente persistente. A imortalidade não significa uma existência perpétua no tempo sem fim, mas reside fora de tempo completamente. Albert Einstein disse uma vez: “A realidade é meramente uma ilusão, embora muito persistente.” Como podemos dizer o que é real e o que não é? Como podemos saber com certeza que o nosso cérebro não está nos dando a ilusão de um mundo físico?

Recomendaria aos meus caríssimos leitores, um livro de um educador brasileiro extraordinário chamado Huberto Rohden, eternizado em 1981. Intitula-se De Alma para Alma, SP, Martin Claret, 2007, 220 p. Um livro que possibilita perceber como integraremos a Grande Humanidade, onde todos colherão o que semearam, tateando estradas de diferenciados tamanhos, sempre na direção de um mundo de luz infinda, onde desnascidos da matéria aguardam missões as mais diferenciadas, sem máscaras nem conveniências, auxiliando muitos a deixarem o labirinto das trevas na direção de mundos de plena luz, reta final de todos nós.

Ler De Alma para Alma, de Huberto Rohden, proporcionará um despertar radioso de muita paz e sossego existenciais, na escalada de uma montanha muito íngreme na busca integradora com o Eu maior de todos, Produtor de Amor Infinito, o mais indecifrável de todos os nossos sentimentos.

(Divulgado em 19.09.2016, nos sites www.luizberto.com e www.fernandogoncalves.pro.br)
Fernando Antônio Gonçalves