CRIANÇAS DIFERENCIADAS


O notável baiano Divaldo Franco, um dos maiores médiuns vivos do cenário kardecista mundial, numa conferência realizada nos Estados Unidos, narrou um caso acontecido na Mansão do Caminho, instituição infanto-juvenil por ele coordenada no Centro Espírita Caminho da Redenção (Rua Jayme Vieira Lima 104 – Pau de Lima, 41235-000 Salvador – Bahia – Brasil). Resumindo:

Um menino de cinco anos era tão endiabrado que o seu apelido era Júlio Terror. Segundo Franco, “ele sabia de tudo, estava sempre no lugar que não devia, na hora errada, falava o que não era próprio, não ficava quieto, e não sabíamos como educá-lo. Eu usei todos os métodos possíveis: o carinho, ele me agredia; a severidade, ele não obedecia; deixei-o por conta própria e ele ficou aborrecido”. E continuou Divaldo: “Certo dia, o porteiro da instituição me comunicou pelo telefone da portaria que uma senhora desejava insistentemente falar comigo. Pedi que informasse que eu não estava. Ao desligar, saiu debaixo da mesa o Júlio Terror, olhar zombeteiro, logo censurando-me: – Mentindo, hein?? Liguei, então, para a portaria e disse que atenderia a senhora pois já havia chegado. E o menino reagiu: – Mentindo de novo, porque você não saiu, como é que chegou? Tentei justificar: – Às vezes também minto. O rebate veio de imediato: – Mas não deve. Busquei explicar: – Há dois tipos de mentira: a mentira branca que é uma desculpa, e a mentira pesada, a negra. E nova pergunta veio à tona de imediato: – “Ah!! Até a mentira sofre de preconceito de cor?!”

E o médium famoso concluiu: “Julinho Terror era índigo. Tudo que lhe falávamos, ela perguntava Por quê? Certo dia ele estava subindo no muro, e eu lhe propus: – Julinho desça daí. -Por quê? – Porque você vai cair. -Como é que você sabe? – Por que todo mundo cai. – Ah! Mas eu não vou cair. E não caiu”.

A palestra feita pelo Divaldo Franco resultou num livro bilíngue editada no Brasil pela LEAL sob título A Nova Geração: Visão Espírita das Crianças Índigo e Cristal, conjuntamente com a neurocientista Vanessa Cristina Zilli Anseloni, Ph.D., Psy.D., da Universidade de São Paulo. No capítulo 5 do livro, alguns esclarecimentos são de fundamental importância: “O índigo é uma criança rebelde que muitas vezes é confundido com o hiperativo e cria uma terrível dificuldade da educação, porque ela não fica quieta durante a aula, não tem capacidade de manter a atenção, tem sempre uma resposta nova, quase atrevida, para qualquer problema. E os adultos que estão acostumados a impor, entram em área de atrito.” Ressalta ainda: “Importante notar a diferença entre os que são índigo dos hiperativos. De acordo com as observações científicas do Instituto Nacional Americano de Drogas de Abuso (NIDA), a desordem de atenção deficitária e hiperatividade consiste num padrão persistente de níveis anormais de atividade, impulsividade e desatenção que aparecem com maior frequência e mais severidade do que tipicamente observado em indivíduos comparáveis de desenvolvimento. A hiperatividade é um sinal de que algo está em desajuste. A hiperatividade em si mesma não classifica o índigo. Ela pode ser um dos sinais comportamentais da criança índigo.”

As crianças índigo são divididas em quatro grandes categorias: as humanistas, as artistas, as conceituais e as interdimensionais ou transdimensionais. As humanistas são aquelas que possuem uma natural tendência para ajudar. São generosas, gentis, embora não fiquem quietas nem sejam obedientes. As artistas possuem uma inquietação especial, não se interessando pelas doutrinas científicas, tampouco excogitações filosóficas. As conceituais têm grande aptidão para a música, para a solidariedade, para o trato social com outras pessoas. E as transdimensionais vê os Espíritos desde cedo, identificando-lhes as auras, percebendo-lhes os sentimentos.

As crianças índigo necessitam de uma educação mais espiritualizada.

No capítulo 8 do livro citado, os autores revelam que espíritos mais elevados estão chegando à Terra, para auxiliarem na grande transição planetária. São as crianças denominadas cristal. Não são rebeldes, mantendo-se silenciosas, observadoras, responsáveis. Não são inquietas e são introspectivas, gentis e amorosas.

Os autores anunciam que mundiais transformação já estão acontecendo nos quatro cantos do planeta, exigindo novos ensinamentos e procedimentos educacionais, favorecendo a emersão de crianças dotadas de uma estrutura mental diferenciada, fortalecendo a esperança num mundo mais fraterno e pacífico.

No livro, Franco e Anseloni relatam descobertas acontecidas entre os anos 1990 e 2000, quando os neurologistas dos Estados Unidos solicitaram ao Congresso Americano que considerassem esse decênio como o da Década do Cérebro. Homologado o pedido pelo Congresso, tal período passou a ser considerado como “o mais grandioso da evolução das referidas neurociências.” E foi em tal período que ocorreu uma maravilhosa descoberta. Em 1992, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, o neuropsiquiatra Michael Persinger, “analisando o cérebro humano mediante uma tomografia computadorizada, através de um escaneamento topográfico com emissão de pósitrons, identificou uma área que brilhava no cérebro humano. Ele percebeu que o cérebro emitia uma específica luminosidade. Resolveu procurar o neuropsicólogo Dr. Vilayanur Ramachandran que, examinando essa luz cerebral, chegou a uma conclusão curiosa: toda vez que ele anunciou o nome de Deus, aquela luminosidade aumentava. Eles resolveram, então, denominar essa área entre os lóbulos temporais como ‘o ponto de Deus’.”

Indo mais adiante: “mais tarde, a grande física norte-americana Danah Zohar, professora da Universidade de Oxford, veio examinar a questão, e depois concluiu que nessa área cerebral localizava-se a inteligência espiritual, definindo, após acuradas reflexões, que nesse campo se encontra o correlato biológico da inteligência espiritual. Equivale dizer que o Espírito já não é mais uma produção cerebral, mas que este decodifica-lhe os conteúdos profundos através nos neurônios.” (grifo nosso)

E uma conclusão extraordinária se estabeleceu entre inúmeros neurocientistas: a criatura humana não é somente um ser constituído de células, mas também uma consciência de natureza transpessoal!!

Divaldo Franco concluiu sua palestra, reproduzindo Joanna de Ângelis, seu Guia Espiritual: “O amor é o único tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica”.

Feliz 2017 para todos aqueles que ainda persistem em manter suas esperanças numa Fraternidade Universal irreversível e perene !!

(Publicada em 26.12.2016, no site do Jornal A Besta Fubana e no www.fernandogoncalves.pro.br)
Fernando Antônio Gonçalves