ALERTA VITAL


Uma lição para a consciência mundial: os partidos neonazistas de todo o mundo, que estavam preparando um congresso nacional-socialista em Santiago do Chile neste semestre, enfiaram o rabo entre as pernas e cancelaram o evento, graças ao clamor mundial dos socialmente comprometidos. E essa barbaridade só ia acontecer porque o Chile é um país que ainda não tem uma lei que proteja os direitos das minorias e que puna o racismo.
Num ano em que a cristandade completa o segundo milenário, seria sob todos os pontos de vista lamentável a reunião dos seguidores de uma doutrina tão monstruosa, responsável pelo cruel assassinato, em campos de concentração, de 1,5 milhão de crianças, a esmagadora maioria judias, que os “super-homens” nazistas pretendiam exterminar como baratas, utilizando-as em experiências médicas indescritíveis.
Para mim, não deveria haver conversa nem tolerância possível com tal tipo de doutrina. O nazismo é a única doutrina que condena à morte seres humanos pelo simples fato de serem judeus ou “seres inferiores”. Mareck Halter, consagrado filósofo judeu, diz que o nazismo é o mal absoluto e que um judeu jamais poderia ser adepto de tal filosofia política, posto que ela extrapola todas as tiranias e barbáries que a Humanidade já conheceu.
Um amigo meu tem em casa duas fotos de sua mãe, uma de frente e outra de perfil. Fotos sem qualquer expressão, pois foram tiradas pela polícia nazista, a Gestapo. E o que ela fez de errado? Absolutamente nada, embora tenha se submetido a essa infâmia para demonstrar que não era judia, o que possibilitou seu casamento com um jovem alemão.
Sinto um intenso frio na espinha imaginando o que aconteceria com aquela futura mamãe do meu amigo se ela tivesse alguns traços “suspeitos”, ou mesmo alguns “sinais comprometedores”. Certamente teria sido cremada, as cinzas sendo jogadas num canto qualquer sem o mínimo respeito.
Causa-me forte repugnância as tentativas revisionistas de atribuir o massacre dos judeus, na tirania nazista, a uma montagem ou a exageros publicitários. Alguns mínimos detalhes revelam a selvageria que enlouqueceu a Alemanha: os judeus, ao serem arrebanhados e enviados aos campos da morte, pagavam pela passagem de trem que os conduziria aos campos de extermínio. E pagavam tarifa excursão, porque pelo germânico regulamento das ferrovias, eles viajavam em grupo!!! E não pára aí, a cafajestada: a estatal ferroviária cinicamente iniciava processos administrativos para reembolsar o dinheiro dos “excursionistas” que não mais voltariam. Cretinamente, no regime nazista, matar industrialmente não causava qualquer problema, muito embora não devolver o dinheiro dos “passageiros” fosse considerado uma postura “antiética”.
Aplausos entusiásticos para as organizações de defesa dos direitos humanos que se mobilizaram para coletar milhões de assinaturas, enviando-as às autoridades chilenas, pedindo a proibição do congresso e a adoção pelo Chile, com urgência, de uma legislação anti-discriminatória.
Que o Brasil nunca se cale diante de tal ideologia, em memória de milhões de irmãos nossos, judeus, sacrificados pela sanha nazista. O ovo da serpente, mais que nunca, está aí, vivo e contando com a ignorância de muitos. Ou, o que é bem mais grave, com a nossa indiferença.