ABAIXO A MEDIOCRIDADE !


Parecendo advinhar a tsumânica onda anti-mediocridade que defenestrou o debilóide George Bush e elegeu consagradoramente Barack Obama presidente dos Estados Unidos, o pronunciamento feito pelo senador pernambucano Jarbas Vasconcelos na Câmara dos Deputados, em 24 de abril passado, bem que merecia uma maior divulgação dos meios de comunicação.
Foi um discurso condimentado com a contundência dos que sabem que a mediocridade do Congresso Nacional deixará o Povo Brasileiro mais próximo do charco. Com suas lideranças civis, militares e religiosas sem respaldo perante a opinião pública, graças às mentiras, aos cinismos e às embromações que estão prestes a se tornarem paradigmas para as futuras gerações.
Para ser bem interpretado pelo plenário, onde alguns senadores poderiam se fazer de desentendidos, Jarbas esclareceu: “nos dicionários da língua portuguesa está escrito que medíocre é aquilo que está abaixo da média, no que toca a qualidade, originalidade; algo que é inexpressivo, ordinário, sem expressão ou originalidade; mediano, pobre, banal, passável”.
Com a mediocridade imperando, o senador Jarbas Vasconcelos ressaltou a inversão de valores que vem agredindo o bom senso pátrio, onde agressores se transformam em agredidos, vítimas sendo processadas como criminosas, as mentiras se repetindo inúmeras vezes, tal e qual apregoava a cartilha nazista. E Jarbas foi além na sua indignação: “não há respeito pela História; não há respeito pelo que veio antes; não há respeito pelo que herdamos de bom dos nossos antecessores. É o que existe de mais velho e retrógrado, travestido de novidade. É a preferência pelo jogo do mais esperto, no qual a trapaça é a única forma de vencer”.
Em sua fala, o senador ressalta uma verdade pra lá de cristalina: assumindo o primeiro mandato com a intenção de valorizar as agendas política e econômica, o atual presidente da República seguiu corretamente os pressupostos macroeconômicos traçados pelas gestões Itamar Franco e Fernando Henrique, prostituindo-se nas negociações da sua base de apoio, onde “o apoio parlamentar foi comprado como um pacote de manteiga no supermercado”. E identificou as raízes do descaimento cívico: “os sindicatos, as organizações não-governamentais, por exemplo, que deveriam ser a vanguarda da sociedade, foram transformadas em meros instrumentos da manipulação do status quo. Tudo muito bem azeitado pelo repasse de recursos públicos dos ‘companheiros’ encastelados na máquina pública. A manipulação se transformou em regra de comportamento”.
O senador Jarbas Vasconcelos, no final do seu pronunciamento, incentiva as oposições para uma organização compatível com os desafios dos amanhãs que se avizinham recheados de muitas incertezas. Oposições organizadas é sinônimo de sociedade mais informada, cidadanizada, sem as bobajadas e cretinices dos que apenas gralham sem qualquer criatividade. Jarbas até cita pensar do também pernambucano Chico Science – “eu me organizando, posso desorganizar” -, para desfavorecer messianismos fajutos que engabelam por um prato de lentilha, as bajulações com o Regime Militar – “os ditadores são bons, podem ter errado uma ou duas vezes” – e as políticas de Estado que são anunciadas como iniciativas salvadoras, que aliciam as classes poderosas com decisões que as tornam mais afortunadas, para os menorzinhos apenas pão, vales e falatórios fingidamente contundentes, nossa infraestrutura tornando-se cada vez mais vexatória, apesar das bravatas nacionais e internacionais, todas de botequim para quem entende de enredo circense.
Ao senador Jarbas Vasconcelos, os votos de sucesso nas suas tentativas de organizar as oposições brasileiras, inclusive o seu partido, hoje subdividido em três grandes facções: a dos peemedebistas, onde ele se encontra, a dos peemedebestas, ingênuos sempre, e a dos peemedebostas, os do fisiologismo repugnante.