1619 – ESSÊNCIA REVELADA
Com a designação da primeira mulher a exercer o Arcebispado da Cantuária, na Inglaterra, comandando 85 milhões de anglicanos no mundo inteiro, Rev. Sarah Mullally, confesso mais uma vez minha admiração crescente por mulheres inteligentes, de mentes dotadas de altíssima qualificação, que se dedicam também a evangelizar, analisando os mecanismos de autoconhecimento dos seres humanos, a grande maioria deles ainda manada, sem uma mínima capacidade de balizar os seus interiores espirituais e as suas potencialidades cognitivas.
No mês passado, ganhei um livro que muito me impactou como ser pensante militante, em continuada metamorfose existencial. O presente ganho: A VERDADE: A REVELAÇÃO NA SUA ESSÊNCIA, Tatiana Fazio, São José dos Campos SP, Edição da Autora, 2021, 380 p.
A autora incorpora uma egrégora ou egrégoro (vigia), um conceito esotérico que representa uma entidade não física que surge dos pensamentos coletivos de um grupo distinto de pessoas.
Nas tradições ocultistas e mágicas, normalmente tal vigia é visto como tendo uma existência independente, mas em outros tipos de esoterismo, é apenas a mente coletiva de uma comunidade religiosa, seja ela esotérica ou exotérico. No sentido segundo, como mente coletiva, entidade coletiva é o termo preferido por René Guénon, sendo sinônimo de egrégora.
O Livro de Enoque, apócrifo, contém uma profecia de Jesus como o Messias, (48,10). Que no dia da Sua angústia haverá descanso na terra; eles se prostrarão diante d’Ele e não se levantarão. E não haverá ninguém que os tome pelas mãos e os erga, pois negaram o Senhor dos Espíritos e o seu Messias. O Livro se referia a seres angélicos conhecidos como vigias, e também era usado por tradições associadas (enocianas) para se referir a rituais e práticas específicas associadas a essas entidades.
No esoterismo, o termo “egregore” tem sido usado para denotar uma “mente coletiva” ou “consciência coletiva” de uma comunidade religiosa. Como disse René Guénon, “o coletivo, tanto em seus aspectos psíquicos quanto corporais, não passa de uma simples extensão do indivíduo, e, portanto, não tem absolutamente nada transcendente em relação a ele, ao contrário das influências espirituais, que são de uma ordem completamente diferente“.
O texto acima citado trata de uma leitura que comprova que a Verdade se faz presente com atos de gentileza e de amor. Com a conciliação entre a razão e a fé, posto que a felicidade não deve ter filtros. E que o livramento de toda situação difícil se dá prioritariamente pelo desenvolvimento pessoal.
E para quem ainda não sabe, Enoque ou Enoc O patriarca é um personagem bíblico, pertencente aos escritos judaicos, da sétima geração da família de Adão, sendo filho de Jarede, e pai de Matusalém. Enoque está presente em muitas tradições judaicas/cristãs. Considerado o autor do Livro de Enoque, é também chamado de escriba do julgamento.
Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social