1615 – RECONCEPÇÕES E REFORMAS


Estamos vivenciando tempos radicalmente diferenciados de outras épocas mais recentes. Os extremos sociais do mundo se distanciaram, apesar de fatos e feitos serem quase instantaneamente do conhecimento planetário, como a tragédia acontecida em Lisboa com o Bondinho da Glória, vitimando inúmeras pessoas.

Entretanto, na mesma época em que a IA – Inteligência Artificial alcança uma evolução impressionante, no Brasil, por exemplo, noticia-se o aumento de analfabetos funcionais no Ensino Superior!! Estatísticas que humilham o todo pátrio, favorecendo a multiplicação de manadas, que nada criticam, nunca copiam e jamais inventam, sempre procurando reproduzir ilogicamente, com mil impropriedades, passados já plenamente superados.

No Ensino de 3º Grau, no Brasil, cursos tidos como superiores não apresentam mais um mínimo de PECC – Pensação Evolucionária Cultural Contemporânea, com equipes docentes dotadas de uma cognitividade já bastante desusada, para não dizer nulificantes.

Algumas áreas de Ciências Humanos estão a requerer urgentes reconceituações científicas e reformas curriculares das suas graduações. Na área da Psicologia, por exemplo, uma nova estrutura curricular está sendo exigida, favorecendo a formação de profissionais mais capacitados nas análises das interioridades do ser humano, hoje aturdido diante de tantas bobices transmitidas em nome de Freud, Jung, Adler e Viktor Frankln, fortalecendo um integral desconhecimento das potencialidades íntimas dos atendidos, tornando-os mais confusos ainda diante do binômio espiritualidade x religiosidade, fomentando a multiplicação de pregações televisivas caça-níqueis de sabidões, que apenas pretendem ampliar contas correntes pessoais e familiares.

Um alerta encontrado numa orelha de livro: “Durante séculos, pessoas neurodivergentes foram submetidas a julgamentos morais, confinamento e violência. Apenas recentemente os transtornos mentais e os sofrimentos emocionais se tornaram mais aceitos e visíveis da diversidade humana.” Tal alerta se encontra no oportuno livro NINGUÉM É NORMAL, Roy Richard Grinker, Porto Alegre RS, Arquipélago Editorial, 2024, 416 p. O autor, um PhD em Antropologia Social pela Universidade de Harvard, denuncia a crueldade da lobotomia e as consequências da temível eletroconvulsoterapia, além dos métodos fatais praticados com as neurodiversidades, que oprimiram comunidades inteiras, favorecendo mecanismos preconceituosos contra gênero, raça, religião, sexualidade e deficiências psíquicas. Uma análise que deveria servir de leitura obrigatória em todos os cursos superiores de Ciências Humanas.

Na era celularática atual, onde pensantes estão sendo representados por alguns dedos e manobras automáticas, exige-se uma ampla campanha brasileira de desbundamolização de nível superior, favorecendo uma consubstanciação mais criteriosa da caminhada acadêmica universitária. Um livro esplendidamente despertador ensinará como abandonar o BBB – Bundamolismo Básico Brasileiro: DEIXE DE SER BUNDA MOLE: INICIE SEU PROCESSO DE DESBUNDAMOLIZAÇÃO, Fefo Milléo, São Paulo, DDM Editora, 2025, 272 p. O autor é um psicólogo clínico, um PDMC – Pensador De Muita Coragem, orientará o leitor a romper com os seus passados alienantes, assumindo a responsabilidade pela sua própria felicidade, superando medos e sentimentos tóxicos, transformando frustrações e arrependimentos em ações que favoreçam realizações edificantes.

As duas indicações acima muito fortalecerão o leitor no seu PD – Processo de Desbundamolizador, semeando um caminhar de felicidade existencial duplo, exterior e interiormente. Sempre a agir, a la Raul Seixas, como uma metamorfose ambulante em contínua evolução.


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social