1591 – BALIZAMENTOS PARA O PERÍODO MOMESCO
Preparando-me para um RD – Retiro Descansatório no Hotel Campestre de Aldeia, vizinhança da capital, de excepcionais serviços de hospedagem, inclusive alimentares, busco levar para lá algumas anotações que foram construídas ao longo dos últimos meses, para uma análise sincera das suas vigências, num ainda início de ano que se configura como amplamente contraditório, repleto de agressividades políticas, embora evoluindo bem eletronicamente, num ambiente despojada cada vez mais de um Ter mais solidário para com os menos favorecidos. Os escritos não possuem qualquer nível cronológico, explicitados apenas quando dos seus descobrimentos nos arquivos do meu computador pessoal. Ei-los:
1. Nos finais do século passado, uma análise de um cientista social brasileiro, residente nos Estados Unidos, muito contribuiu para muitos reestruturarem ideias sobre Conhecimento e Política. Nela, o autor busca orientar os leitores para um despertar mais compreensivo das ideias que estão influenciando uma contemporaneidade, induzindo pontos de partida para a criação de um mundo mais humano e civilizado, com mais educação e cultura para todos, com redistribuição das riquezas usufruídas. O livro: CONHECIMENTO E PODER, Roberto Mangabeira Unger, 2ª. edição, São Paulo, Editora LeYa Brasil, 2022, 432 p. Páginas que favorecem a esperança de muitos por um planeta diferente, onde as ideias sejam debatidas, jamais combatidas com autoritarismos nada democráticos.
2. Concordo integralmente com Bill Gates: “Gentileza que gera gentilezas deveria ser a postura comportamental de todos aqueles que se preocupam com um mundo mais igualitário”. Diante das atitudes políticas grotescas de alguns MTCs – Mandantes Trumpalhões Contemporâneos, um escrito muito estaria se tornando indispensável: GENTILEZA GERA GENTILEZA: O PODER TRANSFORMADOR DE GENEROSIDADES NAS EMPRESAS, NA VIDA E NO MUNDO, Chris Anderson, Rio de Janeiro, Editora Principium, 2024, 304 p. Páginas que explicitam diferenciadas maneiras de doar não financeiramente, favorecendo a potencialização de um sempre constante bem-estar pessoal, comunitário, familiar e profissional.
3. Nunca se deve confundir o poder de Deus, as ambições dos seres humanos e as ansiedades de mando em postos executivos. Em todos os campos sociais terrestres, existem múltiplas artimanhas e estratégias de conquista, inclusive nos setores religiosos. Para se ter uma imagem das manobras estratégicas na área vaticana, uma excelente ficção inglesa foi recentemente divulgada no Brasil: CONCLAVE, Robert Harris, 1ª. reimpressão, Rio de Janeiro, Editora Alfaguara, 2024, 270 p. Na contracapa, um indicativo: “Um romance instigante em que o poder de Deus é quase igualado à ambição dos homens.” Leitura oportuna, diante da fragilidade da saúde do atual Papa Francisco, atualmente internado num hospital. Com conclave à vista.
4. Inúmeros cristãos que conheço são leitores ferrenhos de Max Lucado, um escritor e pastor evangélico norte-americano que já publicou mais de setenta livros e já vendeu mais de 70 milhões de exemplares em mais de vinte e oito idiomas. Para combater a ansiedade, sintoma que está afetando a maior parte da população do mundo, uma leitura repadora: O FIM DA ANSIEDADE: O SEGREDO BÍBLICO PARA LIVRAR-SE DAS PREOCUPAÇÕES, Max Lucado, 2ª. edição, Rio de Janeiro, Thomas Nelson Brasil, 2024, 205 p. Um guia altamente didático para se ter menos ansiedade existencial e mais confiança salvífica.
5. Envio meus mais calorosos parabéns para o pernambucano Cristovam Buarque. Sua crônica País Órfão, publicada na Veja 2930, de 7 de fevereiro, merece mil e muitos elogios. A denúncia básica do texto: “Em quarenta anos de democracia, o número de analfabetos continua o mesmo.” Eu diria mais: a analfabetização crescente brasileira está também contaminando todo o nosso ensino superior, mormente na área de Humanas!
No mais, é seguir sempre de cabeça erguida, com muitas leituras e bons propósitos, ratificando sempre a reflexão do escritor luso José Saramago: “A razão por que se abre um livro para ler é a mesma por que se olha para as estrelas: querer compreender.”
Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador socia