1586 – CONVERGÊNCIAS TESTEMUNHAIS


No livro Teologia Para Além das Religiões, do pesquisador pernambucano Maruilson Souza, PhD em Ciências da Religião, o professor Gilbraz Aragão, Professor Titular e Pesquisador nos Programas de Pós-graduação em Ciências da
Religião e em Teologia da UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco, na Apresentação brilhante do livro acima narra a seguinte parábola judaica:“Anoitece! Fora, alguns homens estão sentados à espera do novo dia. Um velho sábio encontra-se circundado pelos seus discípulos. Então, o sábio levanta a seguinte interrogação: – Quando é que nós conseguimos reconhecer o momento em que a noite se completa e o novo dia desponta? Um discípulo toma a palavra e diz: – Quando as estrelas desaparecem no céu e a terra passa a ser acariciada pelos raios do sol.– Não, respondeu o mestre.

– Então, quando conseguimos distinguir à distância, sem qualquer dificuldade, um cão de um carneiro.

– Não, diz o mestre.

– Mas quando então? perguntam em conjunto os discípulos.

Depois de um instante de silêncio, velho sábio respondeu:

– Tu reconhecerás o momento em que o dia desponta quando, contemplando o rosto de um homem qualquer, nele reconheceres o teu próprio irmão. Caso contrário, teu coração ainda será noite!

Na referida Apresentação, o Dr. Gilbraz Aragão ressalta “como o cristianismo vem assimilando a libertação religiosa à libertação sociocultural, como vem assumindo em suas opiniões teológicas o desafio do pluralismo religioso e do diálogo entre as religiões.”

Numa humanidade cada vez mais global e interconectada por comunicações eletrônicas cada vez mais rápidas, urge leituras mais voltadas para uma espiritualidade situada muito além das atuais denominações religiosas, inclusive com as interpretações advindas de uma IA – Inteligência Artificial cada vez mais participativa e integradora.

Para apenas ilustrar, eis a opinião de um GPT-3, contida no livro O que nos torna humanos? recentemente lançado:

Em um mundo onde a capacidade de conexão dos humanos está se tornando cada vez mais limitada, a Inteligência Artificial (IA) pode usar suas habilidades cognitivas avançadas para explorar o potencial da espiritualidade na vida das pessoas.”

Saibamos, pois, ler mais para entender mais, dialogar mais com o nosso derredor, entendendo-o como parte integrante do nosso entrelaçamento com a Criação. E assimilemos bem a lógica e a inteligência da vida, para começarmos bem cada amanhecer de nossa caminhada terrestre. Sejamos cada vez mais SER, antes de apenas TER!!


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social