1572 – RESISTIR, DENUNCIAR E RECONSTRUIR
As características atuais da pós-modernidade estão a exigir algumas iniciativas básicas dos seres humanos que desejam ser detentores de uma cidadania plena, defenestrada a condição de entes robotizados, integrando manadas de ruminantes.
Apesar dos atuais níveis ultrarrápidos de desenvolvimento técnico-científico com a chegada da IA – Inteligência Artificial, necessitamos saber efetivamente como combater os negativismos, os preconceitos e os ódios que teimam em buscar desconstruir os quatro cantos do planeta.
Um alerta se faz necessário cotidianamente, principalmente numa época eleitoral: a de saber perceber a existência, com insistências disfarçadas, de uma ideologia fascista, com suas “modernizações ilusórias”, travestidas de “salvadoras do pedaço”, incontáveis vezes imbricadas delinquentemente com insalubres crenças religiosas.
Três leituras são sugeridas para os atuais eleitores brasileiros, inúmeros ainda indecisos politicamente, que buscam efetivar suas escolhas nas urnas em prol de um país mais humano, menos desigual e amplamente respeitoso para com todas as etnias, gêneros, crenças, regiões e classes sociais. E amplamente não-estatizante, social-democrata.
A primeira delas é de autoria de um notável crítico literário italiano, reconhecido como um dos maiores pensadores de todos os tempos. O livro é um sinal de alerta: FASCISMO ETERNO, Umberto Eco, 7ª. edição, Rio de Janeiro, Record, 2020, 63 p. O autor (1932-2016) explicita: “Estamos aqui para recordar o que aconteceu e para declarar solenemente que “eles” não podem repetir o que fizeram. Mas quem são “eles”? Páginas vacinais despertadoras que objetivam estratégias comportamentais, pessoais e coletivas, para uma evolucionária RC – Resiliência Civilizatória.
Uma leitura segunda, complementar e ainda balizadora, é apropriada para todos os espiritualistas e espiritistas cristãos: COMO LER O APOCALIPSE, José Bortolini, São Paulo, 13ª. reimpressão, 2019, 190 p. Uma leitura para todos aqueles que acreditam nas Mensagens salvíficas do Homão da Galileia, nosso Irmão Libertador. E ainda para todos aqueles que buscam defenestrar as atuais intenções hedonistas e consumistas societárias, todas elas desnutridas de intenções nada solidárias, intencionalmente desumanizadoras.
A terceira leitura é mais técnica: NATUREZA, CULTURA E DESIGUALDADES: UMA PERSPECTIVA COMPARATIVA E HISTÓRICA, Thomas Piketty, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2024, 94 p. Análises que bem explicitam modos de superação das atuais desigualdades sociais cada vez mais insuportáveis. Logo de início, o autor faz uma pergunta básica relevante: “Há desigualdades naturais?” E ainda explicita na primeira página: “Os regimes desigualitários – a saber, a estrutura e o nível das desigualdades socioeconômicas em diferentes sociedades, bem como sua evolução ao longo do tempo – são de uma diversidade extraordinária. Para compreender esse fenômeno, a história e as culturas humanas desempenham papel crucial. Na verdade, essas desigualdades estão vinculadas a trajetórias socioeconômicas, políticas, culturais, civilizatórias ou religiosas bastante distintas.”
Leituras que merecem debates e binoculizações que catapultam mentes e corações para a construção de amanhãs mais promissores para todos os cantos do planeta.
Sugiro que os três livros acima sejam estudados em grupos envolvidos com uma CME – Capacitação Militante Enxergante comprometida com amanhãs cósmicos de paz e felicidade para todos os filhos amados da Criação, inclusive a partir do atual contexto brasileiro, sem quaisquer obsessões ideológicas sectárias.
Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social