1555 – LUZES SOBRE OS TEMPOS CHEGADOS


Como se diz popularmente, estamos vivenciando um buruçu fdp nos quatro cantos do mundo, com inusitadas alterações climáticas, noticiários midiáticos alarmistas, fake news cretinos aos borbotões, Inteligência Artificial criminosamente sendo utilizada, deseducações familiares assustadoras, eventostas (eventos bostas) de categoria nulificante, drones espiões, pandemias, desurbanizações crescentes, humilhantes distribuições de renda, machismos e antissemitismos, fundamentalismos anestésicos altamente lucrativos para PS – Pregadores Sabidões e uma desesperança crescente em todas as áreas sociais planetárias, muitas das quais se desorientando/desanimando na estruturação de uma ELCC – Espiritualidade Libertadora Crítico-Construtiva, despreparando-se para seguir um mantra explicitado pelo notável Baruch Espinosa (1633-1677), filósofo do século XVII: “Não zombar, não lamentar, não detestar, mas compreender.

Apesar dos múltiplos avanços científicos e tecnológicos dos últimos tempos, milhões de pessoas, inclusive dirigentes de países importantes, que ainda se imaginam em épocas tridentinas, se postam como donas do pedaço, a la Hitler, ou a la Mussolini, ou a la Stalin, entre outros alucinados, não buscando ajuda de ninguém, certamente porque não sabem como educadamente solicitá-la.

Certa feita, o professor Rubem Alves (1933-2014), saudoso psicanalista e educador da Unicamp, encantador ser humano nunca sisudo, muito embora censurado explicitamente até pelos “sérios” da sua própria congregação evangélica, fez uma reflexão que até hoje repercute em meu interior de filho de Deus portador de mil e tantos defeitos: “Será que a gravidade dos problemas não é causada pela gravidade das pessoas que julgam que o destino do mundo depende de sua ação?” E concluiu com muita propriedade futurológica: “Se elas não se levassem tanto a sério talvez não construíssemos tantas armas e não fossem tão implacáveis na cobrança dos seus juros e tão autoritárias na imposição dos seus pensamentos.” Concluindo com maestria: “Quem nasceu primeiro foi o jardim ou o jardineiro?”

No mundo atual, cotidianamente nos deparamos com executivos, públicos e empresariais, que se recusam a meditar sobre considerações emitidas pelos seus derredores assessoriais, preferindo dar um falso passo à frente, mesmo se prejudicando com muitos retrocessos. Não compreendem uma advertência feito pelo sábio Epicteto: “A natureza deu ao ser humano duas orelhas e uma boca, para que possa ouvir duas vezes mais do que fala”, evitando as “decisões excrementais”, aquelas que necessitam de muito papel higiênico para deixarem de feder pra baralho.

Recomendo aos que não sabem rir das suas próprias merdalidades, a leitura de três livros que considero amplamente intercomplementares para os tempos atuais, direcionados para eleições municipais que deverão separar o joio do trigo do corrente panorama político brasileiro, onde conservadores sérios e sociais-democratas deverão proporcionar iniciativas que impulsionem o todo nacional para patamares respeitosos, com todos portando as duas mãos e o sentimento do mundo, defenestrados os fascistóides e os esquerdopatas do cenário político pátrio. A ordem das leituras não afetará as reconstruções posturais futura.

O primeiro: IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO, Terry Eagleton, São Paulo, Boitempo, 2019, 246 p. O autor analisa o conceito desde o Iluminismo até a atual pós-modernidade.

O segundo: ÉTICA NA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, Mark Coeckelbergh, São Paulo, Ubu Editora, 2023, 192 p. Páginas que explicitam os balizamentos éticos que devem ser cumpridos pela IA.

O terceiro, para gregos e troianos de todas as crenças e descrenças: VERDADEIROS CIENTISTAS, FÉ VERDADEIRA, R. J. Berry (organizador), Viçosa MG, Editora Ultimato, 2016, 359 p. Demonstrações cabais de cientistas consagrados de como a ciência contribui para o fortalecimento da fé nas mensagens do Criador do Todo.

Sabendo ler e racionalmente pensar, nunca mais irá existencialmente se atrapalhar!!


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social