1542 – NEM 8 NEM 80, O CAMINHO ÓTIMO


Meu saudoso pai, vez por outra repetia, para OS seus dois filhos, uma frase famosa de Aristóteles: Virtus in medium est (A virtude está no meio). E ele relembrava, para seus pimpolhos, um outro ensinamento aristotélico: “Qualquer coisa no mundo precisa, obrigatoriamente, de 4 causas: a causa material, a causa formal, a causa eficiente e a causa final.”

Algumas reflexões do pai até hoje repercutem em nossos corações, pontificando uma baita sinceridade d’alma: “A vê-los ladrões, prefiro vê-los mortos”. Algumas das suas reflexões foram por mim trabalhadas nos meus tempos profissionais, favorecendo trabalhos mil, acontecidos muito antes da aposentadoria, a maioria deles de conteúdo missionário. Enumero, abaixo, algumas dessas recomendações, que sempre me pautam por um radical afastados das posições extremadas. Elas poderão também servir de balizamentos para jovens e adultos, em suas caminhadas profissionais, mesmo num contexto que se metamorfoseia com espantosa velocidade, proporcionando diferenciadas assimilações a cada novo amanhecer.

1. Respeite-se sempre. A sua melhor amiga é a sua criticidade, consciência revestida de muito aprendizado, pois criatividade intelectualmente nunca deve ficar esmaecida.

2. Imagine-se permanentemente sobrepairando sobre as mediocridades do cotidiano, até mesmo dos seus derredores, ciumentos vez por outra, quando se imaginam preteridos por opiniões suas.

3. Desenvolva sua espiritualidade, nunca se imaginando superior a ninguém, percebendo-se sempre um inconcluso vocacionado para o todo, d’ELE sendo também parcela, desde todos os ontens e sempre pata todos os novos amanhãs.

4. Experimente tudo e fique sempre com o que é melhor, mesmo que sem lenço nem documento, sobrenome e idade, estado civil pouco importando.

5. Ame com intensidade todas as coisas, sempre separando o joio do trigo, desprezando o julgamento dos medíocres, encapuzados e encapsulados, manifestando sua afetividade, sem imaginar-se vigiado, tampouco oprimido.

6. Veja-se sempre bonito, ainda que diante das intempéries naturais da Vida, nunca se olvidando que pouco adianta ter corpo de Rolls Royce, se a alma é de carroça.

7. Reserve momentos para seu lazer, o trabalho merecendo toda sua atenção em horários específicos e bem dosados.

8. Nunca enfrente seus momentos “down” sozinho, mesmo sentindo-se, momentaneamente, a última das criaturas terrestres.

9. Diferencie, sem pestanejar, tecnologia de tecnocracia, moderno de modernoso, serenidade de passividade, objetividade de descortesia, amor de casamento, e crítica construtiva de grosseria estupidamente coiceira.

10. Viva para servir, posto que tem muita gente necessitando da sua inteligência e da sua inventividade empreendedora e solidária.

E para encontrar uma existencialidade serena, evolucionária, pessoal, espiritual, familiar e profissional, recomendo a leitura meditativa de um livro considerado inquietante, num mundo atual repleto de múltiplos avanços tecnológicos e comunitários, onde uma IA – Inteligência Artificial chegou em máxima velocidade, favorecendo iniciativas dos mais variados quilates, positivas a maioria, não desconhecendo a potencialidade de algumas perversidades inventadas por mentes assassinas. Páginas que melhorá a situarão da atual “aldeia global”, rememorando a expressão usada por Marshal McLuhan, anos 60, quando muito do todo ainda se encontrava para ser desvendado nos quatro cantos do mundo. Um livro taludo que merece ser lido, relido, rabiscado e amplamente debatido por grupos pensantes, familiares, religiosos, políticos e comunitários. Ei-lo: O CAMINHO DO MEIO, Lou Marinoff, Rio de Janeiro, Record, 2008, 694 p. Após leitura amplamente serena, você perceberá que grande parte do sofrimento é causada por extremismos de múltiplas naturezas. Sempre combatida por notáveis como Jesus, Aristóteles, Buda e Confúcio.

Perceba-se sempre evoluindo em direção à Luz do Sempre!!!


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social