1536 – AMPLIANDO A CIDADANIA BRASILEIRA

Acredito piamente que uma nação somente será respeitada se exibir lideranças possuidoras de 5C – Caráter, Competência, Criatividade, Cultura e Compromisso. Todos eles lastreados por uma Educação Integral – Fundamental, Média, Superior e Pós-Superior – alicerçada num amplo respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, sem racismos, preconceitos, ódios e sectarismos ideológicos. Tampouco machismos, feminicídios, fobias alucinatórias, nazismos, fascismos, comunismos e outros superados fundamentalismos.

Creio firmemente que já tarda uma mais humanizada profissionalização do Ensino Superior Brasileiro, com adoção de estratégias que reflitam legítimasdemandas sociais, num contexto cada vez mais cultural, onde a ciência, teórica e aplicada, desenvolva sua missão basilar, a de consolidar uma maior solidariedade em todos os segmentos comunitários, transmitindo criticamente as melhores maneiras de edificar amanhãs que proporcionem vidas plenas e abundantes para todas as faixas etárias, nos quatro cantos do mundo.

Na atual fase deseducacional brasileira, excluídas as mínimas exceções que nos orgulham bastante, sempre é bom assimilar, levando na mais alta conta, uma análise feita por James Champy, pioneiro da RG – Reengenharia Gerencial: “A mudança irá além da técnica. Não trata apenas do que os gerentes fazem, mas de quem são. Não aborda apenas sua noção de tarefa, mas sua noção de si mesmos. Não enfoca apenas o que eles sabem, mas como pensam. Não considera apenas a forma como veem o mundo, mas também como vivem no mundo.” Um balizamento que favorece novas enxergâncias binoculizadoras, que ratificam plenamente quatro reflexões quase proféticas do notável poeta luso Fernando Pessoa:

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”

“O princípio da cura está na consciência da doença, o da verdade no reconhecimento do erro.”

“O valor de uma nação se mede pela cultura, saúde e energia dos seus membros.”

“Para vencer – material e imaterialmente – três coisas definíveis são precisas: saber trabalhar, aproveitar oportunidades e criar relações.”

Permitam-me os leitores, acrescentar aqui uma outra reflexão que me parece integralmente oportuna. É de um jesuíta espanhol, Baltazar Gracián, nascido em 1601 em Belmonte, região nordeste da Espanha. Ei-la:

“Ninguém nasce perfeito. Para tornar-se um Ser Humano o mais completo possível, profissional e pessoalmente, cultive o discernimento com maturidade, possua gosto elevado e inteligência aguçada para todas as coisas. Estude muito por meio de muitos, sempre fazendo do conhecimento seu melhor companheiro. Nunca abra a porta para o menor dos males, posto que os demais estão por detrás dele. Não se esquecendo de que até as lebres puxam as barbas de um leão morto, nunca brinque com a sua coragem. Só o verdadeiramente superior vê em dobro. Dizer não é tão importante quanto saber gostar de todas as boas coisas. A compreensão de um amigo vale mais que apenas a boa vontade de muitos. Amigos sensatos afastam as mágoas, os tolos acumulam. Os que mais se orgulham de suas proezas são os que menos têm motivos para tanto. Contente-se em fazer, deixando os comentários para os demais. Um espírito frouxo prejudica muito mais que um corpo fraco. Seja antes de ter.”

Do acima dito, para evitar que fatos desagradáveis aconteçam no caminhar profissional do leitor, recomendo alguns procedimentos comportamentais imprescindíveis, para que sejam evitadas cavilosas repetições de ontens que se tornaram definitivamente obsoletos. Eis uma amostra dos mais significativos: Destrua as barreiras da sua mediocridade; Saiba “bestar”, que não é ser besta, simplório, mas possuidor, com adulta consciência, de uma destreza lúdica; Liberte a inteligência, livrando-a de preconceitos e bobajadas; Entenda novos e velhos, posto que muita coisa nova é passageira por derradeiro; Acumule serenidade comportamental; Reconheça-se uma metamorfose ambulante; Tenha princípios, jamais medos e receios; Possua um cuidado extremo com os mimetismos existentes.

Por fim, em 2024 sempre siga em frente, sem os olhos vendados, com uma mente bem iluminada. Com muitas leituras sementeiras, sem as quais somente acontecerão descaminhos e derrapagens. E sempre com todo cuidado para evitar no futuro, neste Brasil tão amado, uma nada agradável evitaperonização. Para bom entendedor, uma só expressão é o bastante.

Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social.