1531 – RELIGIÃO NÃO! JESUS SEMPRE!


Um livro fez sucesso, a partir de uma questão que incomodou muita gente pouco pensante: Por que a fé em Cristo é mais importante que instituições e regras religiosas? Um questionamento que acarretou mil e um debates e fez com que mais de VINTE MILHÕES de pessoas participassem do YouTube. Seu autor, Jefferson Bethke, não é teólogo, tampouco sacerdote ou pastor, embora seja um ser humano profundamente apaixonado por Jesus. Que escreveu um livro que seguramente mudará a mentalidade de inúmeros, favorecendo um caminhar mais consciente com o Mestre Nazareno. Segundo ele, três balizamentos são inquietadores:

a. “A religião é o homem à procura de Deus, Jesus é Deus à procura do homem”.

b. “A religião é conquistar Deus por meio de nossos esforços morais, Jesus é Deus conquistando independentemente de nossos esforços morais”.

c. “As pessoas religiosas matam em nome daquilo em que acreditam. Seguidores de Jesus morrem em nome do que acreditam.”

Tudo começou quando Jefferson escreveu no YouTube o seguinte:

POR QUE EU DETESTO RELIGIÃO, MAS AMO JESUS

E se eu lhe dissesse que Jesus veio para acabar com a religião?

E se eu lhe dissesse que convencê-lo a votar num partido conservador não era a Sua missão?

E se eu lhe dissesse que ser da direita religiosa não significa automaticamente ser cristão?

E não é por chamar uma pessoa de cega que automaticamente se tem visão.

Afinal, se a religião é tão boa, por que desencadeou tantas guerras?

Por que ela constrói tantas igrejas enormes, mas não supre as necessidades dos pobres?

Por que dizem às mães solteiras que Deus não as ama se elas escolheram se separar?

E, no entanto, Deus, no Antigo Testamento, chama as pessoas religiosas de prostitutas.”

O texto acima, um pouco chocante, integra as primeiras linhas da introdução do livro JESUS É MAIOR QUE A RELIGIÃO, Jefferson Bethke, Rio de Janeiro, Thomas Nelson Brasil, 2014, 164 p. Onde uma Nota do Autor explicita que ele deve ser utilizado de muitas maneira, sempre de um modo encorajador, incentivando todos para mais perto do Homão da Galileia, nosso Irmão Libertador.

O autor do livro se define: “Quero deixar claro: não sou qualificado para escrever este livro. Não fiz seminário teológico e não sou pastor nem conselheiro. Não conheço as línguas originais da Bíblia e não sei fazer uma exegese ou o que quer que isso seja. Repito: sou apenas um cara de 23 anos todo errado. Mas sei que Deus tem um senso de humor peculiar. Basta dar uma olhada rápida na história do cristianismo para descobrir que eu sou o tipo exato de pessoa que Ele busca.” E Jefferson se fundamenta em 1Corinthios 1,27.

Quantos de nós somos apenas cristãos automáticos? Moralistas, sempre se imaginando acima dos desregrados dos derredores onde moramos, sempre cobertos de razão, com a verdade sempre postada a nosso favor, detestando os gêneros humanos diferenciados, ignorando as causas dos fracassos e infelicidades dos conhecidos, sempre se comportando espiritualmente como chatos de galocha, considerando errado tudo aquilo que destoa dos nossos “balizamentos morais” existenciais. E sempre culpando Deus pelos desacertos e desconfortos acontecidos nos quatro cantos do mundo.

Um dia, entretanto, já na vida universitária, Jefferson percebeu que a Graça não existia para seu eu futuro, mas para o seu eu verdadeiro, com seus sofrimentos, aperreios e desacertos. E ele leu uma reflexão de C.S. Lewis que dizia: “Deus sussurra em nossos momentos de prazer, fala em nossa consciência, mas grita em nossas dores; é o seu megafone para despertar um mundo surdo.” Nesse momento, Jefferson percebeu que enquanto a religião aponta para um futuro sombrio, Jesus aponta para um futuro luminoso. E passou a entender o explicitado por Paulo na sua Epístola aos Romanos 8,20-22.

Percebamo-nos sempre inconclusos nunca bitolados, aprendizes de tudo, tornados metamorfoses ambulantes a la Raul Seixas, erradicando nosso cristianismo automático, buscando nos empoderar racional e analiticamente, sempre nos tornando mais luz, jamais escuridão e covardia.

A leitura do livro do Jefferson Bethke é por demais despertadora para todos nós. Incomoda, não conforta, mas sempre alerta para amanhãs bem mais promissores para nós, nossos derredores e os quatro cantos do planeta. Potencializa uma esperança apocalíptica plena de binoculizações positivas militantes, que acredita que a morte é apenas uma porta para o outro lado da vida. E que o mal não terá jamais a última palavra, tudo tornado plenificado em João 3,16.


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social