1518 – SOBRE OS TEMPOS FINDOS
Com um amigo de longa data, presbiteriano progressista, resolvemos, desde janeiro passado, estudar, sem pressa nem fundamentalismos ingênuos, o último livro do Novo Testamento, APOCALIPSE, a partir de duas Bíblias, a Bíblia Sagrada, Nova Tradução na Linguagem de Hoje, letra gigante, editada pela Sociedade Bíblica do Brasil, 2021, 1753 p., e a Bíblia sagrada Almeida Corrigida Fiel, Editada pela Thomas Nelson Brasil, 2021, 1177 p. E resolvemos ler Apocalipse cuidadosamente, a partir do seguinte questionamento feito pelo padre ortodoxo francês Jean-Yves Leloup, PhD em Psicologia, Filosofia e Teologia, membro do CIRET – Centre International de Recherches et Études Transdisciplinaires, ele também sendo fundador da UNIPAZ – Universidade Internacional da Paz: “Não estaria o Livro do Apocalipse nos anunciando a debilidade dos nossos poderes e a força da nossa fraqueza? … Serão os gritos e os cantos da mulher, da criança e dos vinte quatro anciãos armas brancas que trarão um término às nossas violências e aos nossos desesperos?” IN: O APOCALIPSE DE JOÃO, Jean-Yves Leloup, Petrópolis RJ, Editora Vozes, 2014, 286 p.
O Livro Apocalipse possui 22 capítulos, 404 versículos, 12 mil palavras e cerca de 300 símbolos, que demonstram seu caráter enigmático, a explicitar o propósito do Criador na decifração deles no tempo apropriado, evitando especulações e enganações dos “marcadores de data final”. O Apocalipse tem um propósito: o de não encobrir os mistérios, mas sim desvendá-los em tempo oportuno, claramente demonstrado já no primeiro capítulo, versículo 20.
Para a obtenção de uma compreensão dos acontecidos e dos futuros, principiamos, com as Bíblias Sagradas acima ao nosso alcance, por uma leitura que analisasse a mediunidade do apóstolo João, na Ilha de Patmos, ele já com 100 anos, sendo ele o último apóstolo encarnado do Cristo. E que psicografou a última mensagem do Nazareno, que anunciava os inícios da transformação de um mundo de expiação em um mundo de regeneração, onde todos teriam vida e vida em abundância.
Numa das orelhas do livro do Leloup, uma visão geral: “A revelação daquilo que acontece, daquilo que virá, pode ser vista sob diferentes luzes, e o Apocalipse de João nos convida a um olhar sem resignação e nem terror diante dos acontecimentos. Ele situa a realidade atual e futura do mundo à luz de Deus e à luz do Cordeiro, visão ao mesmo tempo de justiça e de misericórdia. Ao invés de fazer do Apocalipse o anúncio de uma destruição niilista, é possível ler através do seu rico simbolismo a revelação da Realidade última: tudo desmorona, exceto a Vida.”
Além das Bíblias Sagradas e do estudo do padre Jean-Yves Leloup, já citados, pomos à nossa disposição três outros livros:
a. APOCALIPSE: MITOS E VERDADES, Haroldo Dutra Dias, São Paulo, Intelítera Editora, 2023, 183 p.
b. APOCALIPSE: O JUÍZO FINAL É CHEGADO, Erivaldo de Jesus Pinheiro, São Paulo, Edição do Autor, 2022, 334 p.
c. APOCALIPSE PARA TODOS, N. T. Wright, Rio de Janeiro, Thomas Nelson Brasil, 2020, 172 p.
Para os pretendentes, comunicamos que a nossa primeira leitura foi a do rev. N.T. Wright, em cuja contracapa do seu estudo está explicitado que “Apocalipse oferece uma das visões mais claras e nítidas a respeito do propósito final de Deus para toda a criação, favorecendo a vitória final do Bem sobre o Mal.” Análise escrita com magistral proeza, acessível e contemporânea, entusiasmando gregos e troianos. Um feito analítico dotado de muita didática, inclusive para os não especialistas, nós inclusive.
Efetive uma dupla, ou um trio, e principie a ler, estudando e analisando o livro último do Novo Testamento, concordando com as reflexão feita por Wright, na Introdução do seu livro: “O mundo em que vivemos hoje não é menos complexo e perigoso do que o mundo do final do primeiro século, quando Apocalipse foi escrito, e nós temos a obrigação de compreender, com nossas mentes e nossos corações, as descrições gloriosas de João, enquanto tentamos ser testemunhas fiéis do amor de Deus em um mundo de violência, ódio e desconfiança.”
Ampliemos nossas enxergâncias, potencializando nossas resiliências e abandonando as nossas zonas de conforto! Sucesso!!!
Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social