1514 – UM PRESENTE VALIOSO


De uma amiga curitibana, a Silvinha Koren, recebi um presente para lá de muito valioso – CABALA, Gershom Scholem, São Paulo, Editora Campos, 2021, 656 p. -, com uma dedicatória bastante incentivadora: “Pra o amigo Nando, colega de Mestrado PUC-RJ 1973, para estudo e aprofundamento espiritual.”
Confesso que, inicialmente, me assustei com o número de páginas. Entretanto, diante da “provocação” carinhosa da Silvina, resolvi breve estudar o conteúdo do presente, embora antes tenha que me embasar preliminarmente. Para tanto, escolhi uma leitura esclarecedora por derradeiro; KABBALAH E AS CHAVES SECRETAS DO UNIVERSO, Rabino Joseph Saltoun, 3ª. edição, São Paulo, Instituto Meron, 2019, 215 p. Com uma apresentação que, de pronto, logo explicita a finalidade do livro, ressaltando que o nome Kabbalah (Cabalá é a pronúncia certa), vem do Hebraico, ficando muito popular nos últimos tempos, dada a grafia dos livros editados em inglês:
“Para espalhar o conhecimento da sabedoria divina da Kabbalah de tal maneira que todas as pessoas em todo o mundo tivessem acesso a ela. Amplo acesso, sem bloqueios, sem condições que não possam ser atendidas, sem preconceitos, sem avaliação de merecimento, sem diferenciação entre religiões, e sem discriminações entre povos e crenças. Em outras palavras, para que todo indivíduo que manifestasse o anseio de alcançar o conhecimento da Verdade pudesse ter acesso à Kabbalah.”
O estudioso Kadu Santoro, em seu livro CABAÇA, UMA JORNADA DE AUTOCONHECIMENTO, Rio de Janeiro, Gryphus, 2019, 192 p., explicita outras finalidades convincentes para um perverante estudo da Kabbalah. Ei-los:
a. “O estudo da Cabala é um dos mais importantes instrumentos mentais por meio do qual o homem pode enxergar além dos véus que a visão interior. E, mais importante, este saber é acessível a qualquer buscador”.
b. “Em um mundo no qual a sensação de e impotência é constante, diante do sentimento de termos pouquíssimo controle sobre o que marca a nossa vida, é no saber das eras que podemos encontrar um portoseguro.”
c. “Só o fato de tomar a iniciativa de procurar enxergar a realidade que nos cerca à luz da Cabala, já conduz os buscadores a um novo entendimento de seu ser interior.”
d. “Num mundo onde a tecnologia tem esfriado as relações pessoais, onde a sociabilidade perde espaço para a virtualidade e a espiritualidade perde espaço para uma religiosidade vazia e alinhada com o espírito do capitalismo, o livro do Kadu Santoro chega como um bálsamo para os que desejam um caminho alternativo para a iluminação interior e a compreensão mais profunda de si.”
Certo dia, perguntaram a um dos mais influentes cabalistas do século XX, Rav Avraham Yitzchak Kook, quem poderia estudar a Cabala, e ele respondeu de forma inequívoca:
– Qualquer um que desejar! Uma prova cabal de que a Cabala se encontra disponível a todos aqueles que desejam estudá-la, posto que, segundo os especialistas,
“A Cabala é a ferramenta indispensável para a resolução da grande crise global que a humanidade vem sofrendo.”
Na contracapa do presente recebido, três testemunhos que efetivaram ainda mais fortemente a minha vontade de principiar a estudar o livro de Gersom Scholen (1897-1982):
“Informações concisas e confiáveis sobre praticamente qualquer aspecto do cabalismo”. (Library Journal)
“A exposição mais clara possível a respeito de um assunto que jamais deixará de fascinar”. (Kansas City Star)
“Ao contrário de Freud, que desprezava a religião como ilusão, Scholem considerava-a tão crucial para a estruturação da mente humana quanto a própria linguagem”. (Cynthia Ozick, The New Yorker)
Buscando consolidaro cada vez mais a amizade fraterna que nutro por inúmeros irmãos judeus, entre os quais ressalto Germano Haiut, Saulo e Rossana Gorenstein, Arão e Estella Parnes, Meraldo Zismam e Silvinha Koren, entre outros, buscarei estudar mais a Árvore da Vida, um dos mais importantes símbolos cabalísticos. Que é representada por 10 esferas (sefirot), sendo que cada uma delas reflete um aspecto de Deus dentro de cada pessoa: a Coroa, a Sabedoria, a Compreensão, a Compaixão, a Justiça, a Beleza, a Vitória, a Renovação, o Fundamento, o Reino.
Considero todos, judeus e demais seres humanos, irmãos muito amados, posto que somos descendentes de uma mesma Fonte Criadora, tenha ela os nomes mais diferenciados possíveis. Sempre Luz Infinda.

Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social