1511 – CRISE, ERA NOVA, MUNDO MELHOR


No mundo contemporâneo, cresce entre os pensantes o interesse em apreender sabedorias estratégicas que defenestrem as mentiras propagadas pelos meios mais modernos sobre a essência da Criação e dos seres humanos.
Através de Eras Astrológicas, ingressamos na Era de Aquário, também qualificada de Era da Iluminação, de Nova Era, de Era da Revelação da Consciência Messiânica, onde as barreiras entre povos e religiões serão gradativamente destruídas, preparando o planeta para uma ampla convivialidade fraterna, mais solidária e equânime, com novos e até então não aplicáveis modos de pensar e de agir, individual e coletivamente.
Uma nova consciência emergirá. Com novos estudos exploratórios, multidisciplinares, com dimensões espirituais radicalmente integradas.
O mundo atual, com suas desestruturações sociais, econômicas, culturais, ambientais e religiosas, se encontra cada vez mais ansioso por mudanças que alicercem novos despertares, dos mais variados quilates, todos integrados à Consciência Divina, onde a realidade não retratará a perda da fé, mas de encontrar as bases de uma espiritualidade muito além de uma mera religiosidade, integrando as teologias existentes, até então partes inconclusas sobre o Todo Eterno.
A palavra crise, atualmente espelhando uma pós-modernidade entontecida, sem saber racionalmente para onde seguir adiante, tem origem no vocábulo latino crísis, que significa “momento de decisão, de mudança súbita”. No grego, krisis designa o momento na evolução de uma doença em que ela se define entre o agravamento – e a morte – ou a cura – e a vida, a provocar alteração, desequilíbrio, instabilidade, vacilação, incerteza, queda, colapso, declínio, decadência, decrescimento, recessão, estagnação, paralisação.
Antes de me iniciar em outras considerações, muito gostaria de relembrar, aos possíveis leitores, uma inesquecível advertência que frequentemente fazia o saudoso economista brasileiro Celso Furtado, paraibano de nível mental muito acima do ótimo, aos seus técnicos recém-chegados de especialização em Desenvolvimento Econômico, na Cepal, Chile, para efetivar missões por ele comandadas na SUDENE recentemente instituída. Ele sempre advertia: “O quadrado da hipotenusa é sempre a soma dos quadrados dos catetos. Mas será que o triângulo é de fato retângulo?”
Um questionamento até hoje repleto de uma oportuna contemporaneidade, quando estamos dando os primeiros passos numa pós-modernidade ainda muito desbinoculizada, não possibilitando enxergâncias lúcidas e de boa distância, embora alguns sinais já emergiram nos últimos decênios.
Urge uma ampla desmediocrização nacional – pública, empresarial, civil, militar, religiosa, política, cultural e midiática – favorecendo o agigantamento de uma pensação brasileira crítico-construtiva, onde os preconceitos mais diversos sejam execrados, o porte de armas apenas restrito seu uso às forças encarregadas da ordem pública e da segurança pátria.
Uma redução do número de partidos também serviria para iniciativas não populistas, efetivamente empreendedoras, de interesse geral.
Um Sistema Nacional de Educação, da alfabetização infantil à pós-graduação, todos os níveis sendo exemplos para outros governos, com docentes bem capacitados, remunerados e respeitados, água limpa e esgoto, esporte e merenda, bibliotecas com internet instalada, com bibliotecários competentes e atividades culturais que favoreçam o agigantamento da nossa brasilidade.
Uma questão simples: Como andará o nível educacional dos nossos atletas brasileiros, nas diversas modalidades?
Mais uma: será que nossos craques de futebol, hoje mais farofeiros que atletas, saberão cantar o Hino Nacional antes dos espetáculos?
Eliminemos os vícios que se encruaram em nossas comunidades, destruindo a confiança nos processo educacionais, nos procedimentos religiosos, nas iniciativas legislativas, favorecendo um negativismo merdícola, sem eira nem beira, a engabelar milhões que aprenderam a ler mas que continuam sem entender patavina do que lê.
A reconstrução exigirá esforços múltiplos, sem violências, mas com muita competência empreendedora, sem a qual tudo continuará no beleléu, cada vez mais distante do céu, a beneficiar os salafrários de sempre, os partidos políticos oportunistas, os empresários sabidões, irmãos dos ladrões. Exigirá tempo e muito debate criativo e um Congresso Nacional de poucos partidos regimentalmente bem definidos, compostos de inteligências comprometidas com um futuro nacional bem equânime e também com suas próprias sobrevivências.
Sem uma ampla reconstrução nacional, o Brasil permanecerá sofrendo no fundo do quintal mundial. E a Nova Era já era, continuando a beneficiar as elites do mundo, com o resto do planeta tomando no fundo.

Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social