1487 – ONTENS CARCOMIDOS X AMANHÃS RESTAURADORES
Nas ante-vésperas de mais um ano novo, onde prósperos caminhos deverão contar com inteligências bem nutridas de uma razão capaz de edificar amanhãs mais humanos, leituras binoculizadoras necessitam ser amplamente feitas, debatidas e disseminadas pelos quatro cantos do mundo, induzindo ideias e iniciativas inspiradas pelo Alto, favorecendo um bom combate em prol de uma vida planetária plena e abundante, solidária para com os despossuídos, sempre militando contra rostos sem alma, individualistas, que muito ignoram o que é um saudável viver comunitário.
O trecho inicial acima está embasado numa reflexão feita por um rabino internacionalmente aplaudido, Jonathan Sacks (1948-2020), também filósofo e teólogo, chefe espiritual da Sinagoga Unida, no Reino Unido: “Para defender um país, precisamos de um exército. Mas para defender uma sociedade livre, precisamos de escolas. Precisamos de famílias e de um sistema educacional em que os ideais sejam transmitidos de uma geração para outra, e jamais sejam perdidos, desprezados e obscurecidos. Nunca houve uma compreensão mais profunda da da liberdade. Moisés estava dizendo que não é difícil obter a liberdade, mas preservá-la é obra de centenas de gerações. Basta esquecê-la para perdê-la.”
Todo cidadão pensante deverá saber bem caminhar com dignidade e bênçãos do Alto num mundo que se manifesta cada vez mais egolátrico, individualista, desapercebido que o paradoxo 8 x 80, muito mais 8 que apenas 80, causa cada vez mais espantos trágicos e desencantos fatais, favorecendo modos sobrevivências cada vez mais inviáveis, suicidas até.
Todo cuidado, entretanto, deverá ser pouco com nossos próprios interiores, que há muito tempo não está se reconectando com vitais essências amorosas. O psicanalista Carl C. Jung, em seu livro Espiritualidade e Transcendência, Editora Vozes, já advertia: “Mas o que acontecerá, se descubro, porventura, que o menor, o mais miserável de todos, o mais pobre dos mendigos, o mais insolente dos meus caluniadores, o meu inimigo, reside dentro de mim, sou eu mesmo, e precisa de esmola da minha bondade, e que eu mesmo sou o inimigo que é necessário amar?”
Segundo o Juiz de Direito e escritor José Carlos de Lucca, “o sentimento de amor ao próximo passa necessariamente pelo amor que precisamos ter por nós mesmos. Não podemos esquecer que que somos o próximo mais próximo de nós mesmos, e é muito difícil, senão impossível, dar o que não temos para nós.” Percebamos sempre, a partir da advertência feita acima por um talentoso homem público paulista, assimilar o balizamento feito pelo filósofo Bertrand Russell (1872-1970): “Ser capaz de usar o tempo de lazer de forma inteligente é o último produto da civilização.”
Que o ano chegante de 2023 nos proporcione uma positividade sedimentada a partir de leituras desabestalhantes, debates esclarecedores, empreendimentos voltados para amanhãs de riquezas distribuídas com mais equidade, favorecendo o ingresso do Brasil, como Pátria do Evangelho, no elenco de países líderes militantes por um ambiente planetário mais climatizado, com uma política econômica não belicista voltada para todas as regiões, independente de credos ideológicos, religiosos e sistemas sociais e políticos.
Como cristão espiritista, mariano, paulino, radicalmente transecumênico, nordestino integralmente brasileiro, helderista sem cavilosidades fingidas, sempre uma metamorfose ambulante a la Raúl Seixas, desejo a gente amada do meu país, a todos os sulamericanos, planetários e cósmicos, a partir de janeiro próximo, amanhãs fecundantes de uma convivialidade comunitária sem preconceitos, tampouco ódios de gênero, raça, região e nível social, na edificação de uma Educação Integral, Cidadã e Libertária para todas as idades.
Para uma caminhada descomprometida com ilusões ingênuas, tampouco misticismos que mentalmente apequenam, recomendo um primeiro passo excelentemente sementeiro: COINCIDÊNCIAS NÃO EXISTEM: COMO A ESPIRITUALIDADEPODE SALVAR SEU DIA, MESMO QUE VOCÊ NÃO ACREDITE EM NADA, Borja Vilaseca, Rio de Janeiro, Princípios, 2022, 312 p. O autor é um espanhol, nascido em 1981, professor, palestrante e empresário, especialista em desenvolvimento espiritual, com livros vendidos em mais de vinte países como best-sellers.
Desejando um período natalino auspicioso e sempre solidário com os menos favorecidos do mundo, TODOS filhos amados de um mesmo Criador, recomendaria ainda a leitura de páginas que poderão rebinoculizar seus amanhãs pessoais, profissionais, familiares e espirituais: O LIVRO QUE MUDOU A MINHA VIDA, José Roberto de Castro Neves (org), Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2022, 240 p. Testemunhos feitos por figuras de destaque da vida pública brasileira quando revisitaram pensantes notáveis de épocas passadas.
Um Natal arretado de muito ótimo para todos. Sem os sacos do Noel e muitas leituras sementeiras!
Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social