1476 – TDAH
Fernando Antônio Gonçalves
Tenho uma parenta lindona, adolescente de QI muito acima da média geral, que sofre de TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Por causa dela e para ainda ser melhor parente li atentamente o livro NO MUNDO DA LUA: 100 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O TDAH, Paulo Mattos, 17ª. edição, Belo Horizonte MG, Editora Autêntica, 2022, 220 p. O autor é médico psiquiatra da UFRJ, fundador e membro do comitê científico da ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Leitura obrigatória para pais, professores e educadores pensantes. Até 2000 era um assunto desconhecido no Brasil.
Segundo pesquisas feitas por mim na Internet, o TDAH é uma síndrome de base genética bastante relevante. O Déficit de atenção está relacionado com a regulação de um determinado conjunto de funções cerebrais e comportamentos relacionados.
Essas operações cerebrais são coletivamente referidas como “habilidades de funcionamento executivo”. Incluem funções importantes como atenção, concentração, memória, motivação e esforço, aprendizagem a partir dos erros, impulsividade, hiperatividade, organização e habilidades sociais. Existem vários fatores contribuintes que desempenham um papel nesses desafios, incluindo diferenças químicas e estruturais no cérebro, bem como genética.
Pesquisas apontam que aproximadamente 5% dos adultos têm TDAH. Isso representa mais de 10 milhões de pessoas no Brasil. Ocorre em homens e mulheres e, na maioria dos casos, persiste ao longo da vida, não estando limitado a crianças.
Uma vez que o TDAH é uma condição neurocomportamental, não há cura e a maioria não supera. Aproximadamente dois terços ou mais de crianças com TDAH continuam a ter sintomas e desafios na idade adulta que requerem tratamento, ocorrendo tanto em homens como em mulheres. Meninos e homens são mais propensos a serem encaminhados para testes e tratamento de TDAH. Tal fato dificulta a identificação da proporção de homens para mulheres com TDAH.
Nem todos os casos de TDAH são os mesmos
Existem diferentes subtipos de TDAH (desatento, hiperativo e combinado), e cada pessoa tem um perfil cerebral único. Como com qualquer outra coisa, nenhuma pessoa com TDAH é exatamente a mesma e todos experimentam TDAH de uma maneira própria.
O diagnóstico de TDAH é delineado pela Associação Americana de Psicologia no DSM-5 como um padrão persistente de inatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou no desenvolvimento ao longo do tempo.
O TDAH tem sido conhecido por muitos nomes ao longo dos anos desde que foi registrado pela primeira vez em pesquisas médicas, ao final de 1700), não foi incluído nos manuais de diagnóstico para profissionais de saúde até 1968.
De acordo com o DSM-V, a característica essencial do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou no desenvolvimento.
A desatenção manifesta-se comportamentalmente no TDAH como divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e desorganização – e não constitui consequência de desafio ou falta de compreensão.
A hiperatividade refere-se a atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo) quando não apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade.
A impulsividade refere-se a ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa (p. ex., atravessar uma rua sem olhar). A impulsividade pode ser reflexo de um desejo de recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar a gratificação. Comportamentos impulsivos podem se manifestar com intromissão social. Por exemplo: interromper os outros em excesso. Ou na tomada de decisões importantes sem considerações acerca das consequências no longo prazo. Por exemplo: assumir um emprego sem informações adequadas.
O déficit de atenção não é um transtorno moderno. Tem sido escrito na literatura e livros médicos há mais de 100 anos. O que é novo é o nome, TDAH. Ao longo dos anos, a mesma condição foi chamada de nomes diferentes.
Embora não haja cura para o TDAH, os tratamentos atualmente disponíveis podem ajudar a reduzir os sintomas e melhorar o funcionamento. O TDAH é comumente tratado com medicação, educação ou treinamento, terapia ou uma combinação de tratamentos. E muito carinho.
resultados em provas ou no trabalho, já assumiram proporções muito assustadoras e se assemelham a outras situações de tráfico de drogas.
No Brasil, uma instituição sem fins lucrativos, sediada no Rio de Janeiro, sem fins lucrativos, atende e orienta pais, familiares, professores e orientadores profissionais especializados: ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção, localizada na Rua Paulo Barreto 91, Botafogo, 22280-010 Rio de Janeiro RJ, presidida pela Dra. Iane Kestelman, psicanalista e neuropsicóloga. A ABDA tem um site muito visitado: http://www.tdah.org.br.
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Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social