1474 – CRISTIANISMO REDIVIVO DE JESUS
Na minha caminhada terrestre atual, reservo algumas horas semanais para buscar em sites especializados – de livros novos e usados – textos bem escritos que reduzam a minha atual mediocridade espiritista, fortalecendo minha cognitividade binoculizadora. Principalmente depois de Franz Alt, autor de um oportuno As 100 Mensagens Mais Importantes de Jesus, ter publicado um questionamento incomodatício: “Se Jesus falava aramaico, por que ainda hoje, no mundo inteiro, os estudantes cristãos de teologia tomam o latim, o grego e o hebraico como pressupostos para seus estudos, e não o aramaico? As três línguas antigas da Igreja em nada contribuem para compreender Jesus e sua língua materna. Do que as igrejas cristãs têm medo? Da verdade contida na língua materna de Jesus?”
Nas minhas buscas internéticas, encontrei um livro que muito me fez compreender determinadas alterações contidas nos ensinamentos transmitidos pelas denominações cristãs de todos os matizes, “adocicando” os ensinamentos d’Aquele que foi o maior revolucionário de toda a história da Humanidade, o Homão da Galileia, nosso Irmão Libertador. Aquele que nos transmitiu, no Evangelho de João, uma lição imorredoura: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo 8,31 e 32)
O livro que muito me reconstruiu foi escrito por autor espiritistas paulista, cirurgião dentista, professor universitário de Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, tendo sido também seu Pró-Reitor de Graduação. Autor e organizador de mais de quase 30 livros, foi ainda o 16º. Presidente da Federação Espírita Brasileira. Ei-lo: CRISTIANISMO NOS SÉCULOS INICIAIS: ASPECTOS HISTÓRICOS E VISÃO ESPÍRITA, Antonio Cesar Perri de Carvalho, Matão SP, Casa Editora O Clarim, 2018, 288 p. Uma análise bastante circunstanciada do chamado Cristianismo Primitivo, iniciado com a morte de Jesus e se estentendo até o Concílio de Niceia, em 325. Um período também denominado de Era Apostólica por alguns eminentes historiadores.
O livro possui um prefácio ouro de lei, de autoria de um notável nordestino, Severino Celestino da Silva, Professor Titular da Universidade Federal da Paraíba, Pós-Doutor em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiânia-GO, também Professor de Judaísmo e Cristianismo Primitivo no Curso de Ciências das Religiões da Universidade Federal da Paraíba.
Segundo o prefaciador, “o autor visitou muitos dos locais onde ocorreram os fatos narrados no livro e isto faz com que o trabalho consiga unir história, geografia, Evangelho e Ciência Espírita com riqueza de detalhes e muita realidade.” E vai além, com muita legitimidade de quem conhece o assunto: “A visão Espírita, alicerçada e projetada por entre os fatos históricos, enriquece o livro e nos entrega uma exegese histórica de grande valor para o entendimento dos fatos”.
O livro do Perri de Carvalho contribui muitíssimo para o estabelecimento de um maior entrelaçamento entre Ciência e Religião, a partir de uma maior difusão das Leis que regem o universo espiritual, tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. E ele ainda tem uma qualidade toda especial, a de resgatar a cristalinidade do Evangelho do Senhor Jesus.
Incetivando a leitura do livro do Perry de Carvalho, sem a visão dos romanos e greos a respeito das religiões, transcrevo abaixo um poema aramaico que seguramente muito ampliará nossa pensação cristã a respeito da mensagem efetivamente redentora do Crucificado.
A ORAÇÃO DESPEDIDA DE JESUS (autor desconhecido)
Pai! / Fiz conhecer a Tua presença / àqueles que me confiaste. / Tu me os confiastes a mim, / e eles conservaram as Tuas palavras. / Tudo o que me entregaste veio de Tu. / As Palavras que me confiaste, / transmiti a eles. / Eles as receberam e reconheceram / que vieram de Tu. / Acreditaram e reconheceram verdadeiramente / que me enviaste. / Abba! Salvador! / Com Tua presença, protege aqueles / que me confiastes. / Enquanto estive com eles, / eu os protegi. / Agora vou para Tu, / e digo isso / para que tenhamos a plenitude / da minha alegria. / Não rogo / que os tires do mundo, / mas que os protejas / de Satanás. / Abba! És justo! / Assim como me enviaste, / também os enviarei. / Santifico-me por eles, / Para que sejam santificados. / Rogo não apenas por eles, / mas também por aqueles que confiarão graças às suas palavras. / Fiz com que conhecessem a Tua presença, e a tornarei conhecida, / para que o amor com que me amaste / esteja neles.”
(João 17, 1-26, resumido)
Através dessa poesia aramaica certamente conheceremos melhor o Galileu que sempre muito nos amou!
Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social