1463 – POR UMA MENTE SEMPRE SADIA: REFLEXÕES


  1. O notável empreendedor Bill Gates assim se referiu a um livro que o encantou, primeiro lugar na lista do The New York Times: “Um guia útil para quem quer entender melhor a função cerebral e aprender a preservá-la.” E a minha amada filha Ana Carolina, que trabalha no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, sempre antenada para finanças, projetos e empreendedorismos, me recomendou há alguns dias: MENTE AFIADA, Sanjay Gupta, Rio de Janeiro, Sextante, 2022, 320 p. O autor é um neurocirurgião com mais de duas décadas de estrada, chefe de Neurocirurgia do Grady Memorial Hospital, USA, ganhador de vários títulos honoríficos por cuidados prestados em feridos em guerra e desastres naturais. Considerado pela Forbes uma das dez celebridades mais influentes do mundo, ele foi eleito membro da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos, uma das maiores honras na área médica.

Numa conjuntura pós pandêmica, amplamente comprometida com uma crise mundial de proporções alarmantes, inúmeros são aqueles que se encontram deprimidos, angustiados, sem uma binoculização positiva sobre os amanhãs societários de uma pós-modernidade que já se encontra em pleno desenvolvimento nos quatro cantos do planeta, apesar das estroinices incultas e autoritárias de dirigentes mundiais que ainda contemplam os próprios umbigos, imaginando-se donos da verdade e senhores do todo comandado.

  1. No Sistema Educacional Brasileiro, espanta-me algumas barbaridades existentes em pleno século 21, quando o mundo busca sair de uma pandemia que vitimou milhões, de uma guerra assassina Rússia x Ucrânia, provocada por animalizados metidos a mandatários e de um aumento preocupante da temperatura ambiental. Enumero algumas delas para não me prolongar demais:
  2. o número de bibliotecas dignas de nome nos estabelecimentos públicos de primeiro e segundo graus;
  3. o nível cultural dos docentes que militam nos dois primeitos graus de ensino, níveis preocupantes que já prejidudicam os setores humanísticos das instituições de nosso ensino superior;
  4. o menosprezo salarial dos setores públicos federal, estaduais e municipais pela dignigificação de professores e administrativos, bem como abandono de uma capacitação que efetivamente desburocratize o sistema e amplia a criatividade, o empreendedorismo e a binoculização dos dirigentes e docentes;
  5. um ingresso de candidatos de baixo nível mental e cognitivo nos Cursos de Pedagogia, que urgem por uma reestruturação significante, favorecendo a emersão de profissionais docentes enxergantes de nível compatível com as complexidades da atual conjuntura internacional;
  6. um sistema de aprendizado refletido numa ânsia de comer, jamais numa paixão pelo aprender, proporcionando um reflexo condicionado de consequências amplamente já diagnosticadas.

Dentre outras deficiências, uma delas chama a atenção do mundo civilizado: o descrédito pelo método paulofreireano de alfabetização, considerado libertário e amplamente inovador nas maneiras criativas de fazer teologia.

Para quem deseja saber mais sobre Paulo Freire e seu método libertário de educar para uma cidadania efetivamente libertadora, um livro editado recentemente me proporcionou novos lampejos de esperança nos futuros amanhãs educacionais brasileiros, hoje amplamente bur(r)ocratizado por “ispecialistas” recheados de ademais, não obstantes, entrementes e finalmentes que a nada conduzem, salvo a altíssimos níveis mediocratizantes do todo escolar: PAULO FREIRE EM DIÁLOGO, Leonardo Boff, Darcísio Natal Muraro e André Borges (orgs), São Paulo, Editora Recriar, 2021, 298 p. Ensaios que farão emergir, espero com ansiedade, novos movimentos educacionais inspirados na figura do notável pernambucano, historicamente  instituído Patrono da Educação Brasileira. Um talento educacional internacionalmente aplaudido, que no auditório da Faculdade de Ciências da Administação de Pernambuco, da Universidade de Pernambuco, declarou, para um auditório que entusiasaticamente o aplaudia, homenageando-o quando de sua volta de um injustificável exílio: “Finalmente, agradecendo a homenagem, gostaria de ressaltar que a experiência alfabetizadora de Angicos faz parte do passado. Por favor, ME REINVENTEM!! Sou testemunha do acontecimento, pois estava lá, aplaudindo Freire com um orgulho arretado de ser um educador.


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social