1443 – UM PENSADOR FRANCÊS PRA LÁ DE ARRETADO


De minha filha Ana Carolina, que mora na capital de São Paulo, recebi uma biografia pra lá de sedutora: Diderot e a arte de pensar livremente, Andrew S. Curran, SP, Todavia, 2022, 388 p. Com uma opinião na contracapa que a fez adquirir o volume: “Um estudo maravilhoso de um homem maravilhoso. O livro de Curran é empolgante, envolvente e absolutamente divertido.” (Jolin Bauville, escritor irlandês)

Antes de me debruçar sobre a vida do biografado, procurei conhecer melhor o escritor francês. E eis o que me revelaram os arquivos internéticos:

Denis Diderot  nasceu na França, 1713), tendo se eternizado em 1784. Ele foi um dos notáveis do Iluminismo, tendo sido cofundador, editor chefe e colaborador da Encyclopédie, junto com Jean le Rond d’Alembert.

Ele estudou num colégio jesuíta, que então detinha o monopólio da educação secundária na França, tendo sido um aluno muito perspicaz, sempre recebendo inúmeras menções honrosas pelo seu desempenho escolar.

Em 1727, com 16 anos, Diderot parte para Paris, onde conquistou o grau de Mestre em Artes na Universidade de Paris.

A primeira peça relevante da sua carreira literária é Lettres sur les aveugles a l’usage de ceux qui voient (Cartas sobre os cegos para uso por aqueles que veem). Nela sintetiza a evolução do seu pensamento desde o deísmo até ao ceticismo e o materialismo ateu. Texto que resultou em sua prisão poralguns meses..

Sua obra-prima é a edição da Encyclopédie (17501772). Demorou 21 anos para ser editada, e é composta por 28 volumes. Denis conseguiu uma fortuna com as vendas.

Segundo Diderot, o indivíduo não necessita ser um religioso para praticar o bem, mas sim ter uma conduta correta. O filósofo permite que cada um pense de uma determinada maneira, não crê em superstições nem as que vêm de fora nem as de dentro das religiões. Tem um  compromisso com a verdade, repugna o mal provocado tanto pelos religiosos quanto pelos não religiosos, alimenta a esperança do bem comum e não se oculta na vaidade.

Seu livro acima citado muito baliza comportamentos sobre virtudes e vícios, sexo e amor, politica e filosofia, origens das espécies, déspostas e insurgentes, artes e artistas.

Conclusão da contracapa da sua biografia: “Cada vez mais atual em um mundo que discute a polarização política, o espaço da religião no Estado e a democracia, o percurso de Diderot é revelado neste livro brilhante e de leitura irresistível.”

Lendo a biografia notável de Diderot, com suas histórias, reflexões e anedotas, percebe-se como uma mente humana deve se situar acima das mediocridades do cotidiano, favorecendo uma criatividade lúdica prospectivas sobre os amanhãs recheados de rosas e pedregulhos, esperanças e desafios, com as escapadas sexuais de homens e mulheres que apreciavam amassos, esfregâncias e enfiâncias, para não falar das apalpadelas praticadas nos granfinos salões parisienses, por debaixo das mesas, nem sempre de proveitosos resultados lúbricos.

Na biografia notável de Diderot, são detalhadas suas rupturas com outras personalidades que ficaram na História, inclusive suas influências exercidas sobre a Revolução Francesa de 1789, onde, segundo ele, a educação deveria ser o motor primeiro do progresso social e moral, em forte contraste com as instituições por ele frequentadas.

Recomendo o livro com entusiasmo, sempre recordando uma mantra famosa: “Sem educação, nunca haverá regeração.”