1429 – ESCRITOS DE UMA VISIONÁRIA


Nos últimos tempos, uma pandemia já vitimou milhões de habitantes, nos quatro cantos do planeta, exigindo novas configurações sociais e econômicas de uma contemporaneidade que teima em não se conduzir por uma espiritualidade racional sadia e sementeira.

Algumas vozes, desde a Revolução Francesa, 1789, vêm alertando todos os quadrantes para amanhãs societários mais dignificantes para todos, sem discriminação de nenhuma espécie.

Algumas vozes, entretanto, tem-se embasado nos ensinamentos deixados pelo Homão da Galileia, um judeu esplendidamente profético, assassinado no madeiro por ter proclamado uma nova sociedade para todos. 

Uma das personalidades mais significativas na luta por uma renovação planetária foi uma mulher norte-americana, Ellen G. White (1827-1915), dotada de duas caraterística que identificam uma personalidade profética: a. uma plena concordância com a Bíblia, reconhecendo a divindade e a encarnação de Jesus; b. produzir efetivos impactos positivos na vida daqueles que a seguiram.     

Sobre seus dons, a própria Ellen White se posiciona: “Cedo, em minha juventude, foi-me perguntado muitas vezes: É você uma profetisa? Sempre tenho respondido: Sou a mensageira do Senhor. Sei que muitos me têm chamado de profetisa, mas jamais reivindiquei esse título… Por que não reivindico ser chamada de profetisa? Porque nestes dias muitos que audaciosamente pretendem ser profetas, representam um opróbrio à causa de Cristo; e porque minha obra inclui muito mais do que o termo ‘profeta’ significa. … Reivindicar ser profetisa é algo que jamais fiz. Se outros me chamam por esse nome, não discuto com eles. Mas a minha obra abrange tantos aspectos, que não posso chamar-me a mim mesma senão uma mensageira.” 

Recentemente li um dos livros escritos pela Ellen White, em 1892, e me surpreendi fortemente com suas análises prognósticas. Edição brasileira: O GRANDE CONFLITO, Ellen G. White, 7ª. ed. / 18ª. impressão, Tatuí SP, Casa Publicadora Brasileira, 2008, 383 p. Numa Introdução chamada “Por que seria bom você ler este livro”, os editores explicitam: “Nestas páginas a autora fala de coisas que em seus dias ainda não existiam. Fala com uma honestidade e franqueza que perturba e até mesmo estarrece. As questões da controvérsia são tão grandes e os interesses envolvidos tão elevados, que vale a pena atender a essas palavras de advertência e orientação. Nenhum leitor que folhear as páginas deste livro o colocará de lado, sem antes se interrogar se teria sido por algo mais que mero acaso que este texto lhe chegou às mãos.”

Nesta atual conjuntura pandêmica é sempre bom atentar para diagnósticos alertadores feitos por quem sabe intuir amanhãs planetários como a Ellen White.  

Aprimoremos nosso raciocínio neste atual momento de crise mundial, favorecendo amanhãs mais evolucionários para todos. E sigamos sempre a reflexão do notável cearense Bezerra de Menezes: “Irradiemos os recursos do amor, através de quantos nos cruzam a senda, para que a nossa atitude se converta em testemunho do Cristo, distribuindo com os outros consolação e esperança, serenidade e fé”.

Saibamos converter nossos destemperos em etapas densas de muitas esperanças nos amanhãs de um mundo em regeneração, voltado integralmente para a Luz.  


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social