1425 – PARA PAIS E PROFESSORES


Algumas notas coletadas para oportunos esclarecimentos:

1. Chamam-se crianças índigo a certos indivíduos que, supostamente ao nascer, trouxeram características que os diferenciam das crianças normais, tais como a intuição, a espontaneidade, a resistência à moralidade estrita e restritiva, e uma grande imaginação, avolumando-se frequentemente também entre tais capacidades, os dons paranormais, embora estes dons não sejam usualmente do conhecimento da própria criança. As crianças índigo, talvez, podem ser vistas duvidosamente como uma espécie de milenarismo, porém, acredita-se que tais seres possam de alguma forma mudar o mundo trazendo-o até um estado mais espiritual e menos estritamente moralizado ou excessivamente material.

2. Há que notar que uma boa quantidade das crianças índigo é classificada de hiperativa ou diagnosticada com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o que explicaria em boa parte o crescente interesse de pais e educadores por este assunto.

3. Em 1982 a parapsicóloga Nancy Ann Tappe elaborou um sistema para classificar os seres humanos de acordo com a suposta cor da sua aura espiritual, lançando a obra “Compreenda a sua Vida através da Cor” onde fez um estudo sobre “as cores da vida”. Segundo a autora, cada pessoa possui uma certa cor na sua aura em função da sua personalidade e interesses. No caso das crianças índigo, a aura deles tenderia a mostrar as cores anil ou azul, ao que se atribui uma espiritualidade mais desenvolvida. A autora afirmou ter detectado pelo seu método que as auras de cor índigo começaram a surgir com mais frequência na década de 1980, mostrando uma tendência a proliferar, o que parece justificar o seu papel de transformação da sociedade nas primeiras décadas do século XXI.

4. É importante ressaltar que o conceito de aura nunca foi demonstrado lógica ou empiricamente. Assim, qualquer estudo que tire conclusões a partir da análise de auras ainda deve demonstrar a validade da premissa, ou seja, a existência de tal coisa como a aura.

5. As crianças índigo apresentariam uma série de atributos sensoriais recorrentes, como a hipersensibilidade auditiva ou a hipersensibilidade tátil. De igual modo, apresentariam um padrão de comportamento peculiar, destacando-se: a. Chegam ao mundo com sentimento de realeza e a curto tempo se comportam como tal; b. Têm a sensação de ter uma tarefa específica no mundo, e se surpreendem quando os outros não a partilham; c. Custa-lhes aceitar a autoridade que não oferece explicação nem alternativa; d. Sentem-se frustrados com os sistemas ritualistas que não requerem um pensamento criativo; e. Em curto tempo encontram formas melhores de fazer as coisas, tanto em casa como na escola; f. Não reagem pela disciplina da culpa; g. Não são tímidas para manifestar as suas necessidades.

6. Segundo os investigadores desta temática, podem ser identificados quatro tipos de crianças índigo:
A. Humanistas – muito sociais, conversam com toda a gente e fazem amizades com muita facilidade. São desastrados e hiperativos. Não conseguem brincar só com um brinquedo, gostam de espalhá-los pelo quarto, embora às vezes não peguem na maioria. Distraem-se com muita facilidade. Por exemplo: se começam a arrumar o quarto e encontram um livro, nunca mais se lembram de acabar as arrumações. Como profissões, escolherão ser médicos, advogados, professores, vendedores, executivos e políticos. Trabalharão para servir as massas e, claro, atuarão sempre ativamente.
B. Conceptuais – estão muito mais voltados para projetos do que para pessoas. Assumem uma postura controladora. Se os pais não fizerem ajustes e não permitirem controle, eles vão à luta. Têm tendência para outras inclinações, sobretudo drogas quando da puberdade, caso se sintam rejeitados ou incompreendidos. Daí a redobrada atenção por parte de pais e educadores em relação aos seus padrões de comportamento. No futuro poderão ser engenheiros, arquitetos, pilotos, projetistas, astronautas e oficiais militares.
C. Artistas – são criativos em qualquer área a que se dediquem, podendo, inclusive, vir a ser investigadores, músicos ou atores altamente conceituados. Entre os 4 a 10 anos poderão vir a interessar-se por até 15 diferentes áreas do conhecimento (ou instrumentos musicais, por exemplo), largando uma e iniciando outra. Quando atingirem a puberdade, aí sim, escolherão uma área definitivamente. Poderão ser futuros professores e artistas.
D. Interdimensionais – entre os seus 1 e 2 anos os pais não podem tentar ensinar-lhes nada, pois eles responderão que já sabem e que podem fazer sozinhos. Normalmente, porque são maiores que os outros tipos de índigos, mostram-se mais corajosos ainda e por isso não se enquadram nos outros padrões. Os estudiosos do assunto acreditam que estas crianças seriam as responsáveis pela introdução de novas filosofias ou espiritualidade no mundo.

7. O tema, apesar de originalmente atravessar décadas, ganhou um novo estímulo nos últimos anos, sendo divulgado pela Doutrina Espírita. Particularmente depois que o médium e orador espírita Divaldo Franco teve uma de suas palestras sobre o tema transcrita e ampliada, transformada em livro muito lido e debatido.

8. Para alguns estudiosos, as crianças índigo seriam espíritos exilados de outros mundos. Como não fossem capazes de acompanhar o “progresso moral” de tais planetas, eles teriam sido encaminhados para mundos inferiores, como a Terra, com a meta de auxiliar sua evolução. Os defensores dessa ideia tratam-na como um desenvolvimento do tema migrações espirituais, citada por Allan Kardec em A Gênese.

9. Divaldo Franco não reconhece influência mediúnica em suas elaborações sobre o tema. Por se tratar de um palestrante que também se notabilizou como médium, esse fato pode servir como fonte de descrédito, diante de certos setores espíritas, para as ideias que defende sobre crianças índigo. Mesmo assim, é válido afirmar que, para o espiritismo, os médiuns também devem seguir suas intuições à luz de Deus.

10. Saibamos refletir mais sobre as notas acima, na identificação da nossas crianças.


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social