1407 – NÃO À CANALHOCRACIA


A reportagem publicada num dos principais jornais do país revelou a dimensão do crime praticado por um grupelho familiar vândalo, aplicando vacinas fingidas num grupo de empresários idioticamente travestidos de sabidos. Crime merecedor de severas punições através de um Código Penal que urge ser atualizado diante das criminosas “atualizações” delinquenciais. Tentar destruir a credibilidade da medicina vacinal nada tem a ver com posturas oposicionistas a uma gestão presidencial que deixa muito a desejar. É ato acanalhado de uns poucos familiares ajumentados que imaginavam “levar vantagem”, como apregoava aquela propaganda de cerveja metida a saborosa, de alguns anos atrás.

Aquele agrupamento familiar delinquente, moralmente nulificante, seguramente jamais ouviu falar de Betinho, um dos líderes mais lúcidos das lides progressistas de outrora. Se possuísse tino, seguramente compreenderiam a advertência dele: “O movimento popular não pode achar que o melhor caminho é o sem alternativa e retorno. Que a única solução para os conflitos é o confronto e que a melhor forma de chegar à democracia é cruzar na frente dos tanques. Que a melhor forma de fazer heróis é praticar o suicídio. Não pode também achar que uma pessoa com razão tem o direito de fazer tudo o que lhe der na cabeça e, depois, cobrar solidariedade e apoio de todos os demais. Nem pode achar que o título de esquerda confere legitimidade a todas as propostas ou que todos os miltantes do movimento popular acordam e dormem com a verdade debaixo do braço “.

Não percebem aqueles tresloucados familiares que, apesar de todos os pesares, o Brasil apresenta estatísticas impressionantes de grandezas e misérias. Não compreendem aqueles famíliares moleque, porque desqualificados moralmente, que o Brasil já possui uma classe média que necessita ser mais eficazmente conquistada para o lado dos menos favorecidos. E que abjura vandalismos e histrionices reivindicatórias politicamente débeis. Percepção já explicitada pelo Cristovam Buarque, notável liderança nacional da esquerda brasileira: “O caminho não está em repudiar o socialismo, ou ficar na crítica ao neoliberalismo. Mas em entender a dimensão da crise, perceber a realidade da luta de interesses e oferecer alternativas que incorporem as massas, sem perder o apoio das camadas que são assalariadas, mas já participam do bem-estar do país moderno que é o Brasil

Temos que superar nossas mazelas sociais, que são inúmeras. Mas tentar se aproveitar debiloidemente das políticas sanitárias e preventivas contra a COVID-19 é motivo de cadeia por longo período.

Sou brasileiro e pugno por uma distribuição de renda bem menos vexaminosa que a atual, uma das piores do mundo. Como lamento, na atual pandemia, o desestímulo cultural daqueles responsáveis pelo nosso desenvolvimento como nação melhor situada no concerto das nações.

Creio que devemos muito às múltiplas raças que nos estruturaram como nação, mas não devo aceitar provocações cretinas que inibam a nossa governabilidade, favorecendo a emersão de poderes jamais progressistas, facistóides por derradeiros, mentalmente nostálgicos, como se o III Reich pudesse ser aqui reproduzidos.

Sejamos abertamente críticos, jamais detonadores das nossas conquistas libertárias, alcançada a duras penas e ainda incompletas, à custa da vida de milhares de brasileiros, partícipes e construtores do nosso amanhã soberano. Como foi Bruno Covas, ontem eternizado, que deixará muitas saudades.