1401 – HORA DE APREENDER NOVAS REALIDADES


Diante da malignidade crescente da COVID-19 e das inconsequentes políticas de prevenção da pandemia praticadas por diversos países, é mais que chegado o momento histórico de se ter um conhecimento mais aprofundado dos amanhãs planetários pós pandêmicos, favorecendo uma maior efetividade das estratégias sociais, econômicas e educacionais, públicas e privadas. Alguns debates deverão ser realizados pelos meios de comunicação eletrônica, buscando aprimorar iniciativas emergentes que reconfigurem os quatro cantos do mundo na direção de ambientes mais humanos e respeitosos para com todos e o meio ambiente.

Pelo zapzap visitei o João Silvino da Conceição, amigão de muitas caminhadas, nordestino arretado de sabido, paupérrimo de letras e contas bancárias e milionário em criatividade mental, de deixar PhD de tese que ninguém leu sem glossário e de cueca. Como sempre, encareço ver seus apontamentos últimos, sapiências explicitadas em garranchos escritos em cadernos populares de dezesseis folhas. Todos datados e devidamente sincronizados com os acontecimentos.

Interesso-me por dois assuntos: Jesus Cristo e a esquerda, assuntos diferentes, de cenários distintos, sem quase nada a ver um com o outro. E o meu espanto se inicia com a tranquilidade do Silvino. Pede para começar pela figura do Filho do Homem, segundo ele o maior líder da humanidade de todos os tempos. Para Conceição, o Homão deixou uns “recados” para os seus seguidores. Tomei nota de alguns: 1. Não critique por criticar, colabore, atravessando o rio em que você está 2. Nunca se omita, sempre participe, renegando os macaquinhos chineses, entendendo o alcance da parábola dos talentos; 3. Nunca prenda seu navio numa âncora, pois quem perde a sua coragem perde tudo; 4. Sinta-se vivo, jamais azedo, possuindo uma serenidade comportamental que nulifica toda e qualquer tentativa dos fuxicosos; 5. Resolva os problemas da sua família, sem dela se arredar, para num engrossar o cordão dos cavilosos; 6. Haja sempre como irmão, nunca como fiscal, supervisor, auditor ou inquisidor, como se fosse o único dono da verdade.

No tocante às esquerdas, o João Silvino tem um respeito incomum pelos que se dedicam anos a fio pelas causas populares. Mas possui aversão aos “esquerdosos“, aqueles que denigrem sem construir, mentem descaradamente até mesmo contra suas próprias convicções, possuem uma prática populista idêntica aos cretinos, são autoritários e não desejam uma nova ordem social. Lutam pela manutenção da desordem generalizada, ninguém sendo ninguém no frigir dos ovos, caldo ótimo para suas sobrevivências.

Num canto de uma página do João encontrei uma afirmação de Guerreiros Ramos: “No Brasil de hoje há poucos homens de esquerda, porém muitos esquerdeiros. Estes vivem da gesticulação revolucionária e de ficções verbais.

Costumo diferenciar os líderes, de qualquer escolaridade, dos embromadores de carteirinha, que fingem que comandam, ainda que portem diplomas de nula envergadura, alguns até conferidos por instituições estrangeiras por aqui ainda pouco conhecidas. O sociólogo Gilberto Freyre chamava de PhDeuses os que se imaginavam tampa de foguete, mal passando de rabo de galinha semimorta.  E foi para os “notabilíssimos de araque” da sua época, tenho quase certeza, que Fernando Pessoa – um desabestado que ainda será, um dia, devidamente melhor aclamado pelos seus irmãos de Língua Portuguesa – escreveu o seu famoso Poema em Linha Reta.

Se eu pudesse, abraçaria os fingem ser líderes, muito mal se apercebendo meganhas, recomendando com toda sinceridade: “Seja menos burocrata, menos carimbológico, menos formulário para preenchimentos inócuos. Elimine suas babaquices e abandone sua mania de provocar distúrbios hidrocélicos nos companheiros de trabalhos ministeriais, percebendo que liderança se constrói a partir da admiração dos pares, jamais por posicionamentos inocuamente televisivos. E principie a pensar alto, como Ser Humano, sem complexos de sacristão babão de pastor puritano, sendo mais congregacional sem perder a ternura jamais, nunca confundindo afetividade com negacionismo, típico de direitoso fresquelete que nunca comeu um bom churrasco pra não se entregar aos prazeres da carne.”

Vou por aqui terminando, se não acabo revelando o nome do dinossauro amebento, enrolocrata, nanico mental, inculto e despreparado politicamente, com obsessões de Calígula, muito embora só possua poucas mulas metidas a éguas.