1396 – PELO FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA NO BRASIL


Quando nos deparamos com os gritantes contrastes sociais reinantes em nosso país, de cada vez mais graves índices sociais pós pandemia, uma das principais responsabilidades dos cidadanizados deveria ser a de saber conscientizar os abiscoitados do pedaço, favorecendo a inserção de todos num cada vez mais fortalecido contexto democrático, alicerce básico para toda construção social contemporânea.

A filósofa e pensadora alemã Hannah Arendt proclamava que “a cidadania é a consciência que o indivíduo tem do direito a ter direitos”. Consciência que amplia a resistência contra os ufanismos cavilosos e as ações nada dialogais camufladas por sorrisos debiloides, viagens de motoca, mãos espalmadas, gabinetes de ódio, filhos fuxiqueiros e publicidades demagógicas onerosas. Além das ameaças de enfiar o dedo em assuntos que não entende, deixando o produto final nos fundos dos que não têm nada com isso.

Como devem estar feliz, nos escaninhos da Eternidade, Gandhi, Luther King, Chico Xavier, Hélder Câmara, João XXIII, entre outros tantos, pela atual resiliência mundial diante de uma pandemia que está ensejando a emersão mais  fortalecida do lema “SE QUERES A PAZ, PREPARA A PAZ”, uma bandeira tão descumprida pelos que hoje buscam vender o patrimônio nacional a preço de banana, para satisfazer os construtores da miséria planetária.

Do saudoso e sempre arcebispo amado da gente sadia pernambucana Dom Hélder Câmara, uma proclamação inesquecível:

“O Povo dos Países pobres aprende, sempre mais, a duras penas, que o ódio não constrói, que violência atrai violência, que apelo às armas é suicídio, de vez que as armas são fabricadas pelos Opressores”.

Do fortalecimento da MBD – Malha Brasileira Democrática poderá emergir  as Forças Superiores de Paz, radicalmente transecumênicas, “para pôr fim ao equívoco que, nos nossos dias, é ameaça de suicídio universal: o de que quem quiser a paz, deve preparar a guerra”, sempre combatido pelo saudoso Dom, hoje um tanto muito esquecido por presidente, ministros, governadores e Congresso Nacional que são responsáveis diretos pela venda desenfreada do nosso Patrimônio Nacional, a saída encontrada para as incompetências administrativas. E que, não sabendo ser formigas, cantam de cigarra, imaginando que o buraco seria simples imaginação.

Repitamos sem esmorecer: quando nos defrontamos com os gritantes contrastes sociais em nosso país, ainda situado em 70º lugar no ranking mundial dos indicadores sociais, uma das principais responsabilidades dos cidadanizados é a de saber conscientizar, favorecendo a inserção de todos num cada vez mais fortalecido contexto democrático, alicerce básico de toda Nação.

E como não deve ter ficado agradecido a Deus o querido Dom Hélder Câmara, meu irmão mais velho uma coisinha de nada, pelo fortalecimento da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos, ratificação de uma luta sua de muitos anos, mundo afora, sempre proclamando que “o Povo dos Países pobres aprende, sempre mais, a duras penas, que o ódio não constrói, que violência atrai violência, que apelo às armas é suicídio, de vez que as armas são fabricadas pelos Opressores”.

A Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos poderá vir a ser, brevemente, a Escola Superior de Paz, “para pôr fim ao equívoco que, nos nossos dias, é ameaça de suicídio universal: o equívoco de que quem quiser a paz, deve preparar a guerra”.

Saibamos ser cada vez mais seguidores das reflexões do saudoso Dom, buscando uma Paz Universal de mesmo, sem estrovengas que iludem, promessas fantasiosas e populismos que apenas iludem, favorecendo amanhãs que apenas privilegiam os de sempre, o resto, a quase totalidade do planeta, ficando a ver a banda passar.


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social