1361 – POR UM NOVO FHC


Não se pense que desejo o ressurgimento do ex-mandatário sociólogo, idealizador do Plano Real de tanto sucesso até hoje, apesar de todos os pesares, preconceitos, discriminações regionais, insalubridades gerenciais planaltinas, incompetências estratégicas em todas as esferas estaduais e municipais, além de uma persistentemente vexaminosa distribuição de renda e um sistema educacional esgotante há décadas, de ministro fugindo descuecado e todo borrado de medo para o exterior.
Meu intuito é bem outro, diante das incontáveis merdices praticadas nas áreas públicas e empresariais dos quatro cantos de um rincão que tanto amamos, profeticamente aplaudido como “pátria futura do Evangelho”.
Com toda simplicidade de cidadão nordestino setentão, ousaria propor um novo FHC – FOMENTO HUMANÍSTICO CRÍTICO, estruturalmente mundializante, favorecedor de uma continuada comunicabilidade planetária sobrevivencial pós pandemia, sem a qual seguramente estaremos condenados a terríveis amanhãs degrigolantes. Para tanto, sugeriria às cabeças ainda pensantes, de todas as faixas etárias e de escolaridade, umas leituras inspiradoras, abaixo listadas sem referências exaustas e enfadonhas:
1. HISTÓRIA CONCISA DO MUNDO, Merry E. Wiesner-Hanks, São Paulo, Edipro, 2018, 415 p.
A autora, professora emérita do Departamento de História da Universidade de Wisconsin, EEUU, também é autora de livros didáticos para jovens adultos da América, sempre analisando a evolução social e cultural planetária de ângulos globalizantes, inclusive grupos familiares, hierarquias sociais, sexualidade, raça, etnia, trabalho, religião e consumo. Análises que poderão definir emergentes novas redes mundiakis de comércio, ajustando diversidades e particularidades entre povos e regiões.
2. POR QUÊ? O QUE NOS TORNA CURIOSOS, Mario Livio, Rio de Janeiro, Record, 2018, 251 p.
O autor é astrofísico de nomeada, integrante da Associação Americana para o Avanço da Ciência, além de consultor científico da Orquestra Sinfônica de Baltimore, Estados Unidos.
O livro é um exame fascinante da curiosidade que todos os antenados possuem para conhecer e entender fatos, feitos, descobertas e outras coisas. Ele analisa questões triviais que ampliam a curiosidade de muitos, tais como a escolha que faz a nossa mente por alguns objetos e temas fascinantes.
As vidas de Leonardo da Vinci e Richard Freynman são investigadas, além de feitas inúmeras entrevistas, compondo páginas cativantes sobre um tema que tornou o autor expert na matéria. Uma leitura que provoca mentes e corações para iniciativas antes adormecidas no fundo dos grotões memoriais.
3. BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO, Bill Bryson, São Paulo, Companhia das Letras, 2019, 541 p.
O autor, nascido nos EEUU em 1951, juntou uma série de perguntas sobre o big-bang, as partículas atômicas, as placas tectônicas, as eras geológicas, a evolução das espécies e outros questionamentos sobre o universo, entrevistou uma enorme quantidade de especialistas, construindo uma reportagem que encanta, desasbestalha e ainda deixa o leitor com uma gigantesca vontade de querer mais. E que o fez merecedor do maior prêmio europeu para literatura científica.
4. A ARTE DE QUESTIONAR – A FILOSOFIA DO DIA A DIA, A.C. Grayling, São Paulo, Editora Fundamento Educacional, 2014, 320 p.
O autor, PhD em Filosofia, participou do Fórum Econômico Mundial, Davos, 2000-2004, se preocupa com a permanência da Filosofia em sala de aula, favorecendo a emersão de horizontes mais significativos para as comunidades planetárias, repensando o todo através de argumentos simples, convincentes e profundamente multiplicadores, ampliando os olhares sobre uma humanidade que busca ser mais solidária entre ricos e pobres.
Uma leitura integralmente descomplicada, favorecendo mudanças no agir dos executivos políticos e empresariais.
5. 50 PENSADORES QUE FORMARAM O MUNDO MODERNO, Stephen Trombley, Rio de Janeiro, LeYa, 2014, 368 p.
O autor é escritor, editor e cineasta vencedor do Emmy Award. Seu livro esboça o perfis acessíveis dos pensadores mais influentes desde 1789, filósofos, cientistas, teóricos políticos e sociais e líderes espirituais que favoreceram a configuração do mundo moderno. Dizer que a filosofia está morta é o mesmo que afirmar que o pensamento está morto. O pensador Martin Heidegger (1889-19760 afirmava que “filosofia é pensamento” e que “tudo que diz respeito à ciência é objeto de ampla reflexão por parte da filosofia”. A humanidade necessita de uma consistente cidadania crítica, amplamente binoculizadora, nunca individualista nem tampouco egolátrica. Um livro que estimula leituras outras, complementares por derradeiro.
6. 50 GRANDES PENSADORES DA HISTÓRIA, Marnie Hughes-Warrington, São Paulo, Contexto, 2008, 399 p.
A autora, ex-professora das universidades de Oxford e Washington, atualmente leciona na Macquire University, Austrália, sempre vocacionada para análises sobre a natureza da História e seu papel nos processos educacionais. Investiga sobre as utilidades da História, buscando disseminar pensamentos pioneiros que favoreceram a ampliação da enxergâncias dos que se especializam cada vez mais sobre cada vez menos.
No prefácio, ela comunga com o multiculturalista Charles Taylor, quando este alerta para os não-reconhecimentos ou falsos reconhecimentos históricos prejudiciais, que podem expressar apenas formas de opressão, aprisionando inúmeros em modos de ser distorcidos e empobrecidos.
7. A ARTE DE PENSAR, Ernst Dimnet, Rio de Janeiro, CEDET, 2020, 198 p.
O leitor quase que instantaneamente perceberá que o livro foi escrito para ele, sejam quais forem suas deficiências. Sem jargões filosóficos pedantes, tampouco atraindo extensas bibliografias, o livro se destina a mentes comuns, que sentem dificuldades e obstáculos nos nas elaborações de um pensar objetivo, capaz de enfrentar argumentações adulteradas com ímpar serenidade analítica.
Na orelha do livro, uma explicação claramente objetiva: “A arte de pensar é a arte de ser eu mesmo, e essa arte só poderá ser aprendida se estivermos sozinhos. A sociedade só produz pensamentos sociais, vulgo slogans, ou seja, palavras, mas palavras dotadas do poder de um comando. A solidão produz a alegria da consciência, a consciência de nosso interior, e nunca deixa de ter efeito.”
Leituras que certamente favorecerão um urgente FHC pós pandemia, composto de centenas de milhões de mentalidades empreendedoras crítico-libertadoras, capazes de promover uma nova etapa do desenvolvimento mundial, onde todos terão condições mínimas para o exercício de uma vivência democraticamente integradora, radicalmente sem quaisquer sectarismos esquerdopatas ou nazifascistas.