1320 – NOTAS SUPIMPAS


1. Uma pesquisa assinada pelo jornalista Edson Athayde, publicada pelo Diário de Notícias, alguns anos passados, em Lisboa, relacionou algumas pérolas produzidas por noticiaristas europeus, alguns deles de méritos internacionais. Escolhi uma pequena coleção, para uma ampla e irrestrita desopilação figadal:
– “Parece que ela foi morta pelo seu assassino”;
– “Ferido no joelho, ele perdeu a cabeça”;
– “Os antigos prisioneiros terão a alegria de se reencontrar para lembrar os anos de sofrimento”;
– “Quatro hectares de trigo foram queimados, a princípio trata-se de um incêndio”;
– “O velho, antes de apertar o pescoço de sua mulher até a morte, suicidou-se”;
– “No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos”;
– “Ela contraiu a doença na época em que estava viva”;
– “O aumento do desemprego foi de 0% em novembro”;
– “Esta nova terapia traz esperanças a todos aqueles que morrem de câncer a cada ano”;
– “Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente”;
– “Um surdo mudo foi morto por um mal entendido”;
– “A vítima foi estrangulada por golpe de facão”;
– “Este ano, as festas de 4 de setembro coincidem exatamente com a data de 4 de setembro, que é a data exata, pois o 4 de setembro é um domingo”
Para completar a dose desta primeira nota, algumas falas foram retiradas de registros oficiais de tribunais de além mar. Todo o escrito a seguir foi transcrito como foi falado, algumas deles já integrando o Equiness Book. Eis uma amostra:
– “Foi este o mesmo nariz que você quebrou quando criança?”;
– “Então, doutor, não é verdade que quando uma pessoa morre durante o sono, na maioria dos casos ela o faz de maneira calma e não se dá conta de nada até a manhã seguinte?”;
– “Foi você ou seu irmão que morreu na guerra?”;
– “O filho mais jovem, o de 20 anos, quantos anos ele tem?”;
– “O que significa a presença de esperma? – Significa relação consumada. – Esperma masculino? – É o único que eu conheço”;
– “Você tem filhos ou coisa do gênero?”;
– “Vou lhe mostrar a Prova 3 e peço-lhe que reconheça a foto. – Este sou eu. – Você estava presente quando esta foto foi tirada?;
– “Então, Sr. Johnson, como o seu casamento acabou? – Por morte. – E ele acabou pela morte de quem?”;
– “Há quanto tempo você está grávida? – Vai completar 3 meses no dia 8 de novembro. – Então, aparentemente, a data da concepção foi 8 de agosto. – Sim. – E o que você estava fazendo?”;
– “Sra. Jones, quantas vezes a sra. cometeu suicidio?”;
– “Ela tinha 3 filhos, certo? – Sim. – Quantos meninos? – Nenhum. – Tinha alguma menina?”;
– “Você não sabe o que era, nem com o que se parecia, mas você pode descrever?”;
– “Você disse que a escada descia para o porão. Essa escada, ela também subia?”;
– “O senhor está qualificado a apresentar uma amostra de urina? – Sim, desde criancinha.”

2. Me locomovendo com a Sissa, no sábado, para assistir o notável filme Divaldo, mil vezes superior ao Kardec outro dia em cartaz, motorista me contou um fato pra lá de interessante. Sua filha de 8 anos, chegando da escola, lhe informou que a professora tinha colocado num teste escolar “Qual era o nome de Tiradentes?. E que ela, percebendo a “pegadinha” preparada pela docente, de bate-pronto colocou no papel a resposta: Tiradentes. Segundo ela, o nome de Tiradentes era Tiradentes, sem tirar nem pôr!!

3. Releio uma carta de Euclides da Cunha, escrita em agosto de 1909. E me convenço da sua gritante atualidade: “Estamos no período hilariante dos grandes homens-pulhas, dos Pachecos empavesados e dos Acácios triunfantes. Nunca se berrou tão convictamente tanta asneira sob o sol”. E atualmente compreendo bem melhor a indignação do autor de Os Sertões, ao rememorar a notável Hannah Arendt, no seu livro Entre o Passado e o Futuro: “O problema da educação no mundo moderno está no fato de, por sua natureza, não poder este abrir mão nem da autoridade, nem da tradição, e ela ser obrigada, apesar disso, a caminhar em um mundo que não é estruturado nem pela autoridade nem tampouco mantido coeso pela tradição”.

4. Não tenho vergonha de dizer que chorei ao assistir o filme DIVALDO, sábado pela manhã no Tacaruna, na companhia da Sissa, minha inspiração cotidiana, e Tânia, cunhada muito amada. Com a franqueza de sempre: o filme, para mim, foi mil vezes superior a KARDEC, outro filme espírita recentemente exibido. Vale a pena assistir o filme DIVALDO. Encanta, evangeliza e torna o ambiente bem humorado, com ampla fragrância de rosa, presença da médium Joana de ngelis, orientadora de Divaldo Franco, pressentida por muitos em toda a área de exibição da película. Um filme merecedor de entusiásticos aplausos ao final da exibição. Louvado seja Deus!!! Viva Divaldo Franco, uma mescla de Francisco de Assis com Paulo de Tarso do mundo contemporâneo !!


Fernando Antônio Gonçalves é pesquisador social